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Casos de dengue caem na região, mas verão acende alerta

Mosquito transmissor depende de calor e umidade para reprodução; casos no Grande ABC reduziram 90% com pandemia e pouca chuva

Flavia Kurotori
Do Diário do Grande ABC
27/12/2020 | 00:01
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DGABC


O início do verão acende o alerta para os cuidados a fim de evitar a proliferação do Aedes aegypt, mosquito transmissor da dengue, da zika e da chikungunya. O inseto depende do calor e da umidade para se reproduzir, e por este motivo esta época do ano é considerada mais crítica. Boa notícia é que os casos de dengue reduziram 90,2% – de 1.407 diagnósticos em 2019 para 138 neste ano – no Grande ABC em razão da pandemia do novo coronavírus e do regime irregular de chuvas. Neste mês, o Ministério da Saúde emitiu alerta sobre o assunto.

Segundo Marta Marcondes, bióloga e professora da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), a quarentena beneficiou o combate aos focos do mosquito, já que as pessoas ficaram mais em casa, e possivelmente identificaram pontos de acúmulo de água.

“Também há que se lembrar que tivemos poucas chuvas, pois as que deveriam ter começado em meados de setembro estão começando agora (em dezembro). Assim, as chances de água parada em locais como terrenos baldios caíram”, adiciona. De janeiro a novembro deste ano, foram registrados 69 casos de dengue em São Bernardo, 40 em Santo André, 17 em Diadema, 11 em Ribeirão Pires e um em São Caetano. Em relação à zika, houve apenas um diagnóstico em São Bernardo.

As cidades da região não contabilizaram casos de chikungunya e não houve nenhum óbito causado pelas doenças transmitidas pelo Aedes aegypt. Apenas as prefeituras de Mauá e Rio Grande da Serra não informaram os números até o fechamento desta edição.

Marta assinala que além de as pessoas ficarem atentas para evitar o acúmulo de água em casa, é necessário atenção, por parte do poder público e da própria população, que pode denunciar, problemas em terrenos e imóveis abandonados, imóveis comerciais vazios, escolas, que também estão vazias em razão da pandemia, áreas viciadas de acúmulo de lixo e locais públicos, como praças. “Os mosquitos são muito pequenos e as larvas, também. Então ele pode, é óbvio, se proliferar em qualquer cantinho que tenha água parada”, explica.

Para a docente da USCS, as prefeituras devem manter ações educativas contra o mosquito, assim como a visita de equipes da Vigilância Sanitária em imóveis, mesmo na pandemia. Contudo, as administrações também devem mapear os bairros onde há maior concentração de casos da dengue.

Isso porque o Aedes aegypt não transmite nenhuma das doenças a menos que uma pessoa portando um dos vírus seja picada por ele. “Estes locais (com maior incidência) devem receber olhar mais afinado do poder público para conter agente transmissor”, aponta.

Circulam no Brasil quatro tipos de vírus causadores da dengue. A pessoa infectada por um deles não fica imune aos demais. Os sintomas são os mesmos para todas as variedades: febre, dor de cabeça, dor nos olhos, dor nas costas, manchas no corpo e, mais raramente, pequenas hemorragias na boca, urina ou nariz. Vale lembrar que a doença pode agravar o quadro de paciente com a Covid-19, já que pode interferir em aspectos hematológicos e causar descontrole fisiopatológico, ou seja, desequilíbrio de órgãos e aparelhos do corpo humano.

Questionadas, cinco das sete prefeituras da região garantiram manter ações de fiscalização para extermínio dos focos de dengue. 




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