Consta da ata que o presidente da diretoria administrativa, Antônio Soares Calçada, instruiu o contador para colocar à disposiçao do Conselho toda a documentaçao do clube, até extratos de contas correntes e dados "extra-caixa" - nome que eles criaram para o "Caixa 2", segundo Levi.
O senador José Eduardo Dutra (PT-SE), da CPI do Futebol, viu o documento e disse que tudo precisa ser investigado. "É lógico que tem de ser comprovada sua veracidade, mas isso pode explicar o porquê do Eurico Miranda batalhar tanto para que a CPI nao investigue o Vasco. É mais um motivo para que ele venha depor na Comissao", sugere.
Dutra lembrou que a ata pode significar o primeiro passo para a quebra dos sigilos bancários do Vasco e de Eurico Miranda. "Temos de investigar a fundo. Já existem indícios de irregularidades", afirma o senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT).
Levi está disposto a ir à CPI para detonar denúncias contra Eurico. "Ele começou como preparador físico e está com uma fortuna absurda, adquirida com negociaçoes de jogadores", acusa. O advogado disse que a primeira vez que Eurico ganhou dinheiro com transaçao de atletas foi quando Dunga passou pelo clube, em 1987. "Sou sócio do Vasco e, um dia, perguntei para ele onde estava o dinheiro da venda de Dunga. Nao obtive resposta", garante.
Levi participou da transaçao condenada pelo BC em que o Vasco vendeu o passe de Bebeto para o La Coruña. Segundo o advogado, o Vasco lucrou US$ 2,5 milhoes, mas declarou à CBF e à Receita Federal apenas a metade.
Na quarta-feira, o deputado reagiu ao requerimento aprovado pela CPI pedindo seu depoimento. "Nao vou. Isso é um problema sexual do presidente da CPI do Senado e de alguns membros", reagiu.
Eurico será um dos alvos principais da CPI do Senado. Vários membros estao interessados em uma devassa nas contas do dirigente e do Vasco. Líder de uma tropa ligada a clubes e Federaçoes, Eurico barrou a investigaçao dos clubes na Câmara. No Senado, porém, a situaçao parece bem diferente.
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