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Meta do Banco Central é 'manter economia do País funcionando'
27/10/2008 | 07:04
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O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse ontem que o trabalho do BC contra os sinais de recessão que se espalham pelos países mais ricos tem como meta "manter a economia brasileira funcionando sem sofrer os efeitos exagerados (da crise) no exterior".

Depois de votar em Anápolis - revelando que escolheu o candidato do PT, Antonio Gomide -, Meirelles festejou o acúmulo de reservas que o País fez ao longo dos últimos anos, mesmo sendo criticado por alguns economistas.

O Brasil está hoje em "condições muitos melhores para enfrentar a turbulência internacional". E acrescentou: "Isso mostra o acerto da nossa acumulação de reservas cambiais no passado, que foi tão criticada, o acerto da nossa acumulação de posições no mercado futuro de câmbio, o que foi tão criticado e que hoje passa a ser tão vital".

Meirelles lembrou também dos elevados "depósitos compulsórios das instituições financeiras em reais", o que deixou os bancos brasileiros menos vulneráveis à crise, e fez uma espécie de desabafo: "Portanto, isso mostra que o trabalho valeu a pena".

O Brasil está usando uma porcentagem mínima das reservas cambiais, que atingiram US$ 200 bilhões, para, por meio de leilões, enfrentar a rápida valorização do dólar.

MEDIDA PROVISÓRIA
Sobre a Medida Provisória 443, que deu ao Banco do Brasil e à Caixa Econômica Federal poderes para comprarem posições acionárias nos mercados financeiros até o limite da estatização, Meirelles disse que "não compete ao Banco Central participar da estruturação do diálogo político entre o Executivo e o Legislativo" para aprovar a MP. "Existe um ministro encarregado (desse diálogo) que está em andamento. Estamos (Banco Central) disponíveis para prestar esclarecimentos sobre essa medida e todas as medidas já tomadas", afirmou.

Na avaliação de Meirelles, as decisões tomadas pelo governo brasileiro têm sido aprovadas, dentro e fora do País. Algumas são "preventivas" e não são "facilmente entendidas no momento em que são anunciadas". "O importante", acrescentou, "É que mandamos uma mensagem à sociedade brasileira, que estamos tomando medidas necessárias, fazendo com que, se for necessário, essa medidas possam ser usadas. e a tranquilidade de que as medidas estão disponíveis". Na viagem a Miami, sexta-feira, onde recebeu o prêmio Financista do Ano, da revista Latin Trade, Meirelles disse que consolidou a percepção de que "há um processo de desalavancagem mundial de todos os países, com restrições de liquidez internacional, particularmente em dólar."




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