Política Titulo Empreendimento
Paulo Serra sanciona lei que barra centro logístico na vila

Prefeito de Sto.André diz, porém, que publicação não tem força para impedir busca de aval da Cetesb para instalação em Paranapiacaba

Raphael Rocha
Fábio Martins
28/12/2018 | 07:36
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Nario Barbosa/DGABC


Quase um mês depois de a Câmara ter aprovado o projeto, o prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), sancionou a lei que busca vetar a instalação de centro logístico na Vila de Paranapiacaba, mediante alteração na Luops (Lei de Uso e Ocupação do Solo). A despeito da publicação, a Fazenda Campo Grande Empreendimentos e Participações, responsável pela proposta de R$ 780 milhões, permanece com etapas burocráticas para instalação do equipamento no local.

Avalizada pelo Legislativo em duas sessões no dia 30 de novembro, a mudança na Luops envolve a retirada, na legislação, da possibilidade de construção de empreendimentos de logística na Vila de Paranapiacaba, desde que sejam atendidos alguns dispositivos de órgãos nacional, estadual e municipal de meio ambiente.

A sanção da lei era aguardada por ambientalistas que condenam o centro logístico em Paranapiacaba – a crítica maior é sobre supressão de vegetação, estimada em 91 hectares de Mata Atlântica (equivalente a 90 campos de futebol). Porém, Paulo Serra alertou que a oficialização da legislação, por si só, não vai impedir o projeto na vila.

“O que está ali no decreto é remédio jurídico. Não era na Luops, era discussão para plano diretor (sobre o veto à instalação). Se ele vai ser implantado ou não, ele (a empresa) tem que vencer as etapas de discussão e diálogo com sociedade civil, ambientalistas, grupos defensores de Paranapiacaba e fazer com que projeto seja aceito. A Prefeitura não está colocando nenhum empecilho e também não vai facilitar no sentido, simplesmente, de estimular por estimular tipo de projeto que traga recursos”, ponderou o tucano. “O que está sendo feito agora é correção técnica para que esse processo siga dentro da legislação pertinente, e tem que trilhar todos os caminhos.”

A Fazenda Campo Grande argumenta que mudanças na Luops não modificam a rota traçada para instalação de centro logístico em Paranapiacaba. Isso porque, no olhar da empresa, a solicitação de construção do centro ocorreu quando a legislação municipal autorizava projetos desse porte. A firma também alega que vem cumprindo exigências da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo). “O empreendedor acredita na excelência e nos benefícios do Centro Logístico Campo Grande para a região.”

Paulo Serra avaliou que a empresa terá de convencer a Cetesb e que esse passo será o mais árduo a ser dado. “Não temos poder (de barrar). O maior desafio que o empreendimento tem é a Cetesb. A Prefeitura é desafio muito menor. Enquanto a Cetesb não tiver se manifestado não tem sentido a Prefeitura se posicionar. Vamos retomar as obras de Paranapiacaba. É grande patrimônio, e vamos, dentro da legislação, fazer de tudo para defendê-la.” 




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