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Documentos comprovam parceria para bingo no estádio

Diário tem acesso a contrato entre empresa e entidade, e pedido para cessão do 1º de Maio

Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
08/12/2018 | 07:00
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André Henriques/DGABC


O imbróglio envolvendo a WP Promoções, o Centro Comunitário das Crianças Nossa Senhora de Guadalupe do Jardim Laura e o São Bernardo FC ganhou mais um capítulo ontem. O Diário teve acesso a documentos com os desdobramentos de bingo beneficente.

Um deles, o contrato entre a empresa promotora e o Centro Comunitário com 20 cláusulas, baseado na Lei 13.019 – Lei de Parcerias – para realização de evento denominado Festival de Prêmios, que reverteria 10% do arrecadamento líquido para a entidade. O segundo, a solicitação da associação – representado por Raygna de Souza Bezerra – para cessão do Estádio 1º de Maio junto à Secretaria de Esportes de São Bernardo. Constam, inclusive, carimbo e assinatura de recepção por parte da Pasta.

Tais ofícios vão de encontro às declarações da advogada e diretora do centro comunitário, Márcia Campanha Domingues, que negou participação. “Não somos organizadores nem organizamos. Fomos só uma das entidades beneficiadas pelo bingo”, alegou em entrevista publicada no Diário na quinta-feira.

Ação movida pela Prefeitura na semana passada colocou não só a entidade, mas o São Bernardo FC como réus. Segundo intimação assinada pela juíza Ida Inês Del Cid, o Tigre teria emprestado a praça esportiva para o centro comunitário sem ter poder para fazê-lo, afinal, a concessão que o clube tinha sobre o estádio terminou em julho – a agremiação, inclusive, emprestou seu número de telefone para uso da empresa, que publicou no material de divulgação. O documento ainda endossa que o time só pode utilizar o espaço para fins esportivos, mediante pagamento de preço público.

O proprietário da WP Promoções, Wilson Paneguini, endossou o que havia dito o presidente do São Bernardo FC, Edinho Montemor, sobre a Prefeitura – em primeiro momento – ter acertado a realização do evento, o que fez os organizadores darem início à divulgação e à venda das cartelas. Mas, posteriormente, a administração pública teria reconsiderado. “Impediram porque não era futebol. Tirei toda a documentação necessária, entidade solicitou uso do estádio, foi concedido e de última hora disseram que não podia por não ser futebol. Para mim, é coisa política”, argumentou o empresário.

Aliás, na ação do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, a juíza confirma que a Prefeitura havia “rechaçado tal pedido anteriormente”, confirmando que os organizadores procuraram a administração pública e receberam negativa para o evento. 




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