Trata-se da história do 14º Dalai-Lama contada desde seu nascimento, em 1935, no povoado tibetano de Taktser. Filho de um fazendeiro, ganhou o nome de Tezin Gyatso. Dois anos antes, Thunpten Gyatso, o 13º Dalai-Lama, havia morrido e deixado o povo desolado. Em pouco tempo, começou a busca de sua reencarnação. A passagem é contada no livro pelo próprio Dalai-Lama:
“Lamas graduados e dignatários foram enviados ao Tibete (...). No povoado de Taktser repararam de imediato numa casa com azulejos turquesa. O líder perguntou se a família que ali morava tinha filhos, e lhe disseram que tinham um. O lama passou o dia inteiro observando o menino com crescente interesse. A comitiva pernoitou na casa e, na manhã seguinte, quando se preparava para partir, o menino levantou-se e insistiu em ir com eles. Esse menino era eu”.
Aos 4 anos, Tezin foi colocado sobre um trono soberbo. Ele assumia assim a liderança espiritual e política de seu povo, sem imaginar que os dramas sofridos por seu país o levariam a exercer um papel fundamental na obtenção da paz mundial – o que levou a ganhar o prêmio Nobel da categoria, em 1989.
Isso ressalta ainda mais que o mérito do Dalai-Lama não está em se tornar um best-seller de auto-ajuda, nem em provocar uma onda neobudista. Está, sim, em chamar a atenção do Ocidente para a causa do Tibete. Graças a ele, o Congresso norte-americano e o Parlamento europeu deixaram de ignorar a religião, o povo e o país do Dalai-Lama, invadido há 42 anos pela poderosa e bem armada China.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.