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Cláudia Ohana em forma
Márcio Maio
Da TV Press
06/01/2009 | 07:00
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TV Globo/Divulgação


Claudia Ohana sabe que, mais cedo ou mais tarde, fará o que chama de ‘passagem' na TV. A intérprete da aventureira Cida de A Favorita usa a expressão para definir o período em que as mulheres deixam de interpretar as mocinhas para fazerem suas mães - o que ainda não aconteceu com ela na trama de João Emanuel Carneiro. Apesar dos 45 anos de Claudia e dos 27 do ator Bento Ribeiro, que vive o sedutor Juca, a diferença de quase 20 anos de idade entre os dois não foi sentida no ar. "Fiquei espantada com isso. Sem contar que, na história, o Juca tem apenas 21. As pessoas não falam comigo sobre isso nas ruas ou em entrevistas", analisa, concluindo que sua ‘passagem' ainda pode ser demorada. Mesmo lembrando que, fora da ficção, se orgulha por já ser avó do pequeno Martim, de 3 anos.

Claudia não parece mesmo se preocupar com sua cara de ‘garotona'. Por isso mesmo aceitou, recentemente, voltar a estampar a capa da revista Playboy em um novo ensaio sensual. "Antigamente eu não ligava para essa história de ser sex symbol, mas confesso que agora me divirto com a situação", declara. Por isso não foi surpreendente para a atriz que sua personagem, apesar de ser uma caminhoneira, caísse no gosto do público masculino. "Sempre rolam cantadas. O pessoal pede carona e pergunta se sou eu quem dirige de verdade", diverte-se.

Claudia passou dois meses aprendendo a guiar caminhões na própria cidade cenográfica da Globo. E jura que, quando a câmera aparece de longe e sua personagem está manobrando ou dando pequenas voltas com o veículo, não se trata de dublê. "Só nas cenas de estrada é que trabalhamos com um reboque puxando. Não me sinto segura o suficiente para isso", entrega. Claudia também conversou com algumas motoristas para conseguir atingir o objetivo de João Emanuel e do diretor Ricardo Waddington. "Assim que eles me chamaram, me contaram que não queriam a Cida masculinizada. Mas, ao mesmo tempo, ela também não poderia ser um poço de feminilidade. Tinha de ser uma mulher com atitude", lembra.

Para alcançar o tom certo, Claudia contou com a ajuda do próprio figurino. "Gravo sempre de jeans e camiseta. Só que tudo justinho, marcando os traços femininos dela", suaviza. Outro fator contribuiu a favor de Claudia em sua construção: a personagem apareceu em meados do segundo mês de exibição da novela. Assim, a atriz já sabia que tom funcionava no ar para seu núcleo. "Coincidentemente, no início, os personagens que mais chamavam atenção eram da família Copola. Só tem fera naquele grupo", derrete-se.

OUTROS CAMINHOS
A forma madura como costuma conduzir seu trabalho se explica pela experiência de Claudia. A atriz começou bem jovem e está prestes a comemorar três décadas de profissão. "Comecei em 1980", sinaliza. Nos primeiros anos, Claudia se dedicou mais ao cinema. Mas depois de algumas participações tímidas, chamou a atenção quando encarnou a jovem protagonista da primeira fase de Tieta, da Globo, em 1989. Emendou o trabalho com uma personagem fixa em Rainha da Sucata que lhe rendeu bons frutos no ano seguinte. "O Jorge Fernando me chamou para protagonizar Vamp e fiquei alucinada com aquilo. Até hoje as pessoas me chamam de Natasha", explica a atriz.

Agora, às vésperas de se despedir do papel, Claudia não sabe do futuro. Ela não tem contrato com a Globo e, até agora, nada foi conversado. Com saudades de fazer cinema, pensa em, talvez, se dedicar aos longas em 2009. E não exclui a possibilidade de assinar com algum canal por longo prazo. "Tudo depende. Tem que ver em qual emissora e saber o que pretendem", desconversa, deixando no ar a possibilidade de já ter sido sondada.




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