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Paulo Serra atesta Milreu como novo reitor da FSA

Escolhido é suspeito de atuar na instituição sem ter prestado concurso público, o que é proibido

Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
02/03/2018 | 07:00
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Arquivo pessoal


 O prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), confirmou ontem a nomeação do professor Francisco José Santos Milreu como novo reitor da FSA (Fundação Santo André). O docente, que é investigado por suspeita de atuar na instituição sem ter prestado concurso público – o que é proibido pela legislação –, foi o primeiro colocado na eleição interna realizada no centro universitário no ano passado.

Segundo o chefe do Executivo, a escolha do novo reitor deverá ser oficializada na próxima segunda-feira, com um mês de atraso ao prazo previsto inicialmente. “Irei me reunir com ele amanhã (hoje) para alinharmos os últimos detalhes e, se tudo ocorrer conforme o previsto, faremos o anúncio até o início da próxima semana”, afirma.

A nomeação do reitor para gestão entre 2018 e 2022 – que deve assumir cargo a partir de 1º de abril –, segundo o chefe do Executivo, segue o desejo da comunidade acadêmica. Milreu obteve 44,65% dos votos válidos no conselho universitário da FSA.

Ainda concorreram ao cargo Andrea Dias Quintao (39,68%) e Edvaldo Luis Rossini, o Didi (15,67%) – que solicitou, em janeiro, a retirada do seu nome da disputa.

“A escolha acompanhou o desejo da comunidade. Por mais que tenha investigação em andamento, que, aliás, foi motivada por denúncia anônima, não vamos deixar de pensar no melhor para Fundação”, reconhece Paulo Serra.

De acordo com o chefe do Executivo, no entanto, caso a sindicância aberta pela atual reitoria confirme a fraude no histórico do reitor eleito, o processo eleitoral será anulado. “Se houver comprovação da denúncia anulamos o processo. Caso contrário, nada mudará.”

Pós-doutor em Engenharia de Produção pela Unip (Universidade Paulista) e professor titular na FSA e na USCS (Universidade Municipal de São Caetano), Milreu terá a árdua tarefa de recuperar o prestígio do centro acadêmico que, desde 2008, enfrenta grave crise administrativa, com atraso de salários e perda de alunos.

Para reverter o cenário, Paulo Serra promete entregar ao reitor termo de ajuste de conduta que norteará o trabalho da nova reitoria. No documento, são elencadas ações a serem debatidas nos próximos meses. “A ideia é que a Prefeitura passe a acompanhar de perto a situação da Fundação”, explica.

A expectativa é a de que nos próximos 30 dias Milreu se reúna com a atual reitora, Leila Modanez, para iniciar o processo de transição de equipe.

Procurado pelo Diário, Milreu não retornou até o fechamento desta edição.

 

Sindicato apresenta propostas à Prefeitura

 

Representantes do Sinpro-ABC (Sindicato dos Professores do Grande ABC) oficializaram, na quarta-feira, em reunião realizada no Paço de Santo André, propostas ao prefeito Paulo Serra (PSDB) para recuperação financeira da FSA (Fundação Santo André).

Segundo o diretor do sindicato e professor de Relações Internacionais da FSA, Marcelo Buzetto, entre as medidas anunciadas está a tentativa de diálogo com o governo federal para reabertura do prazo do Proies (Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento das Instituições de Ensino Superior).

O projeto, que tem apoio do deputado federal Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT), deve ganhar forma nas próximas semanas. “O deputado tem articulado reunião em Brasília para debatermos o assunto. A ideia é que uma emenda parlamentar também seja apresentada por ele”, afirma Buzetto.

Com proventos atrasados desde novembro do ano passado, incluindo 13º salário, os docentes pediram ainda ao prefeito Paulo Serra análise de possível custeio dos serviços de zeladoria da instituição, como limpeza e segurança. “A proposta é que a Prefeitura utilize alguns espaços do centro universitário e com isso passe a arcar com a manutenção do prédio.”

Além de colaborar financeiramente, Buzetto sugere ainda possível doação da área onde está instalada a instituição. “Dessa forma, a reitoria poderia conseguir realizar empréstimos para quitar os salários”, explica.




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