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Xadrez O 18º Troféu Margareth-Ottilie. E uma saudação às damas deste esporte em São Bernardo
Ademir Medici
14/10/2021 | 05:27
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Desde 2003 o Campeonato Feminino de São Bernardo ganhara a denominação de ‘Troféu Margareth-Ottilie’, por iniciativa de Ricardo Criez, supervisor de xadrez do município. Uma justa homenagem às grandes damas do enxadrismo são-bernardense.
As informações que se seguem foram catalogadas por Criez e farão parte de um livro sobre a história do xadrez em São Bernardo.

MARGARETH GIORGHE

Participou de sete edições desse torneio, sempre com campanhas acima da média, provando que o xadrez não tem idade. Como sua marca característica, trazia bombons e chocolates para distribuir entre as participantes do campeonato. Tradição que Criez e a enxadrista Cláudia Alquem mantiveram após sua morte.

Nasceu em Liezen, na Áustria, em 31 de outubro de 1918. Na Europa, ainda jovem, aprendeu a jogar xadrez com o pai. Já casada, veio para o Brasil em 1948, com a filha Gertrudes, o marido e a sogra. Aqui teve mais um filho, Eugênio Reinaldo. Inicialmente, a família fixou residência em Campo Limpo Paulista e depois se mudou para São Paulo.

Sua ligação com São Bernardo, um amor que se mostraria eterno, começou em 1960, quando ela iniciou carreira na Volkswagen. Na montadora alemã, trabalhou como secretária e vendedora. Posteriormente, sempre fazendo história, tornou-se a primeira mulher a ser supervisora na empresa. Aposentou-se em 1979.

OTTILIE MARIA GROHMANN
Alemã de Köln, nascida em 29 de agosto de 1916. Veio para o Brasil com dois anos, ao lado dos pais Wilhelm Friehe e Emilie Marie Anna Frische e de dois irmãos. Aprendeu a jogar xadrez com o pai, aos 9 anos. Ele sempre a incentivou, oferecendo até dinheiro para que ganhasse dos amigos dele.

Casou-se com Hans Grohmann e teve uma filha, Marlene. Inicialmente, a família fixou residência em Igarapava (SP), mudando-se depois para a capital
Dona Otília, como era chamada, surgiu no cenário enxadrístico um pouco antes de Margareth. Já em meados dos anos 1950, participava do Campeonato Interclubes pelo Clube de Xadrez São Paulo (CXSP). Na metade da década de 1960, passou a disputar Jogos Regionais e Jogos Abertos do Interior por São Caetano, tornando-se grande rival de Margareth, que competia por São Bernardo. Dessa sadia disputa nos tabuleiros nasceu uma grande amizade entre elas.

AMIGAS
Em 1984, Margareth convidou Ottilie a atuar por São Bernardo. As duas formaram, então, uma das parcerias mais longevas e vitoriosas do xadrez, jogando competições oficiais até 1998. Além disso, visitavam-se regularmente, passando tardes e tardes jogando xadrez.

Ottilie faleceu em 21 de maio de 2003, aos 86 anos. Foi sepultada no Cemitério da Paz, em São Paulo. Margareth morreu em 30 de julho de 2011, aos 92 anos, e foi enterrada no Cemitério de Congonhas, também na Capital.
 




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