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Polícia Civil investiga metalúrgica que teria descartado ácido sulfúrico que deixou cinco feridos em Diadema

Caso ocorreu no dia 7 de abril, no Corredor ABD; empresa Rot Pint estaria despejando produto químico no ralo para burlar regras da Cetesb

Bia Moço
Do Diário do Grande ABC
18/05/2021 | 00:01
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Nario Barbosa/ DGABC


Policiais civis da Dicma (Delegacia do Meio Ambiente) de Diadema realizaram, na manhã desta segunda-feira (17), diligências na empresa Rot Pint, na Vila Armando Bondioli, em São Bernardo, para investigar suposto descarte irregular de resíduos químicos que teria resultado no vazamento de ácido sulfúrico que estava armazenado de forma ilegal, em Diadema, e que resultou em cinco pessoas feridas, sendo três adultos, uma adolescente e uma criança, no dia 7 de abril, no Corredor ABD.

Na ocisão, a polícia apurou que quatro toneis de 100 litros do produto estavam armazenados há pelo menos dois meses onde funcionava o Ecoponto Naval, inaugurado em 2017 pelo ex-prefeito Lauro Michels (PV). Diante de denúncias, a Polícia Civil chegou a Wilson Inácio de Lima, 72 anos, possível proprietário depósito de reciclagem localizado no endereço do acidente. Segundo a ocorrência, o suspeito disse, em depoimento, que recebeu uma bombona no depósito, sem saber o conteúdo e origem, e que o tonel tombou, fazendo com que o líquido vazasse até a via pública.

Os toneis, porém, ainda mantinham as etiquetas nas embalagens com o nome da metalúrgica Rot Pint, o que levou a polícia a investigar o local. A ação contou com auxílio das polícias técnico-científica e fiscais da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), no intuito de verificar procedimentos de descarte de produtos químicos. 

Segundo apurou o Diário, os donos da empresa – cujos nomes não foram divulgados – terão de apresentar documentos que comprovem como ocorre o descarte de resíduos e, após perícia, serão indiciados por crime ambiental já que, no local, foi constatado que os funcionários descartam os resíduos no ralo, no intuito de burlar regras de manejo estabelecidas pela Cetesb.

O CASO

Cinco pessoas foram atingidas por vazamento de ácido sulfúrico no Corredor ABC, na manhã do dia 7 de abril. Na ocasião, uma mulher de 54 anos foi atingida sofrendo queimaduras no globo ocular esquerdo, membros superiores e pescoço, e um homem de 46, sofreu queimadura na coxa esquerda e glúteos, ambos levados ao HMD (Hospital Municipal de Diadema) pela equipe de Suporte Avançado de Vida. Um outro homem foi vitima do acidente, sendo atingido pelo produto químico no braço e no tronco, sendo levado pelos Bombeiros para serviço particular na cidade de São Bernardo. As vítimas não tiveram suas identidades divulgadas. Já a adolescente Letícia Soares Bezerra, 15, e pequena Alice Nunes, 3, foram levadas para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Rudge Ramos, em São Bernardo.

Na época, a prefeitura de Diadema informou que realizava estudos para retomar a administração do espaço desde o início do ano, com objetivo de transformar em um ecoponto municipal. “Atualmente, o lado externo do equipamento está sendo ponto de descarte de entulho e bagulho, trazendo transtorno à vizinhança local. Assim, a Secretaria de Meio Ambiente vem com proposta de reforma do equipamento com a ocupação de uma das baias com duas caçambas de acesso externo e com intervenções paisagísticas, proposta esta já aceita pelas famílias”, detalhou relatório apresentado no dia 5 de março.

No documento, a pasta também deixou clara a sua intenção de assumir a gestão nos mesmos moldes dos demais ecopontos disponíveis na cidade.

A administração não explicou que se cessão do espaço às aos moradores foi feita mediante contrato, nem se algum outro equipamento da cidade é administrado nesses moldes. Desde 17 de setembro de 2019, o local foi liberado, mesmo com obra inacabada, para ser posto de reciclagem de autogestão - administrado por 8 famílias moradoras da comunidade conhecida como Naval.




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