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Prefeitos repudiam postura de Bolsonaro
Fábio Martins
26/03/2020 | 00:01
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Os prefeitos da região, por meio do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, repudiaram o pronunciamento do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), que, em cadeia nacional, tratando sobre a pandemia do novo coronavírus, fez ataques a governadores, prefeitos, especialistas em saúde e à imprensa, na tentativa de desconstruir as medidas preventivas contra a doença. A nota frisa que o posicionamento de Bolsonaro está na contramão das ações adotadas por outros países e indicadas pela OMS (Organização Mundial da Saúde). “Reafirmamos e insistimos que o momento requer responsabilidade para conter o avanço da pandemia. Precisamos de união, equilíbrio e cautela nas falas e ações (...), seguindo rigorosamente as recomendações. O Consórcio reitera a necessidade da promoção de políticas que garantam a saúde da população e repudia falas extremistas e ideológicas.” O órgão fecha o texto citando que “não se trata de simples gripe”, conforme mencionou o presidente. Certo é que não se pode subestimar o impacto de uma pandemia.

BASTIDORES

Saindo do barco
Testado positivo ao novo coronavírus, o prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), parece que deixou de lado o apoio declarado ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Assim como seu grande aliado e correligionário João Doria, o tucano elevou o tom em live feita horas antes de descobrir que está infectado e disparou críticas a Bolsonaro. “Para de falar besteira, para de falar merda, e tome a sua responsabilidade e cuide do povo do Brasil. Presidente da República é para dar exemplo. Você está sendo mau exemplo.” Na eleição de 2018, ele anunciou publicamente adesão à campanha do ex-capitão, encampando o BolsoDoria. “Eu votei no Bolsonaro, nunca escondi isso. Agora estou decepcionado.”

Corrida pelo PSD
Os vereadores Edson Sardano e Vavá da Churrascaria, de Santo André, assinaram ficha de filiação no PSD – eles encaminharam desligamento do PTB e SD, respectivamente. Com a migração em período de janela, o partido, que tem o ex-prefeito paulistano Gilberto Kassab no comando, passa a ser a terceira maior bancada da Câmara, ao lado do Cidadania, atrás apenas do PT e PSDB. Ex-secretário de Segurança, Sardano disse que a saída do PTB se deu “pela porta da frente”, após diálogo com o deputado Campos Machado e Dinah Zekcer, e totalmente sintonizado com o projeto de Paulo Serra (PSDB). Outra figura que entrou na legenda é o Professor Thiago Rocha, ex-PV. Em tempos de confinamento, o ato de filiação de Thiago ocorreu via Skype.

Antecipação de sobra
Com o alvoroço criado em torno da proposta, projeto do vereador Professor Minhoca (PSDB), de Santo André, que solicita à mesa diretora antecipação da sobra dos duodécimos recebidos pela Câmara à Prefeitura serviu de base para outras cidades do Grande ABC, no combate à proliferação do novo coronavírus. Em São Bernardo, o parlamentar Julinho Fuzari (Cidadania) entrou com requerimento idêntico no Legislativo, bem como Amigão D’Orto (PTC), de Ribeirão Pires, e que estará na chapa majoritária ao lado do ex-prefeito Clóvis Volpi (PL).

Debandada?
A decisão do vereador Ronaldo Lacerda, de Diadema, de deixar o PT após ver rejeitado o projeto de ser vice na chapa do ex-prefeito José de Filippi Júnior (PT), fez com que outros parlamentares da sigla reavaliassem a permanência na legenda. Vereador por três mandatos, Orlando Vitoriano chegou a cogitar sair do petismo pelos mesmos motivos que levaram à saída do ex-correligionário: ingerência de caciques e falta de oportunidade para novas lideranças nos projetos eleitorais. Vitoriano, porém, avaliou que a desfiliação afetaria sua reeleição – nutre apoio de diversos movimentos próximos do petismo, como sindical e segmentos ligados à Igreja Católica – e decidiu ficar no partido, por ora. 




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