Setecidades Titulo Quatro incendiados
Sete ônibus novos são destruídos em Mauá

Veículos são de empresa que iniciou operações e foi contratada de forma emergencial

Tauana Marin e Cadu Proieti
Do Diário do Grande ABC
20/10/2013 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


 Sete ônibus municipais foram destruídos na manhã de ontem, em Mauá. Quatro deles foram incendiados – três no Jardim Guapituba e um no Jardim Itapark, onde o fogo atingiu a fiação elétrica –, e três depredados. Os coletivos eram da empresa Suzantur. A companhia colocava pela primeira vez a frota na rua, já que foi contratada pela Prefeitura emergencialmente. Nenhuma pessoa ficou ferida. Até o fechamento desta edição, o fluxo do transporte público funcionava normalmente. O vandalismo aconteceu pouco antes das 6h.

Na sexta-feira, a Prefeitura publicou rescisão de contrato com as empresas Leblon e Viação Cidade de Mauá, que operam o serviço no município. No entanto, ambas as companhias conquistaram liminar na Justiça que proibia o Executivo de contratar nova empresa do ramo para realizar o transporte público municipal. Mesmo assim, a administração municipal descumpriu a ordem judicial e firmou contrato emergencial com a Suzantur, que colocou cerca de 50 veículos em operação na manhã de ontem.

A Viação Cidade de Mauá deixou alguns ônibus parados no Terminal Central ao invés de levá-los para a garagem da empresa na noite de sexta-feira. A ação impediu a entrada dos coletivos da Suzantur na estação. Enquanto isso, os sete veículos eram depredados em alguns pontos da cidade.

A fim de apurar as causas de vandalismo, foi criado um gabinete (chamado de gestão de crise), que envolve a Prefeitura e as polícias Civil e Militar. Até o momento, inquérito foi instaurado e o BO (Boletim de Ocorrência) feito. Funcionários, ex-funcionários, usuários, além das empresas, estão sendo ouvidos pela polícia.

“Foi um ato criminoso, intencional e muito bem orquestrado”, avalia o tenente-coronel Paulo Barthasar, comandante do 30º Batalhão da Polícia Militar, responsável por Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, que acompanha o caso.

De acordo com a Prefeitura, a contratação emergencial foi necessária devido a constatação de fraudes no sistema realizadas pelas atuais concessionárias, Leblon e Viação Cidade de Mauá. “Instalamos sistema GPS pela cidade e verificamos que há atrasos, descumprimento de contratos, além de veículos sucateados”, avaliou o prefeito Donisete Braga (PT).

As duas empresas que prestam serviço de transporte público atualmente na cidade foram multadas pelo Executivo: a Leblon em R$ 12 milhões e a Viação Cidade de Mauá em R$ 8,4 milhões, pelas infrações.

Em nota, a Leblon comunicou que repudia os atos de vandalismo. A empresa informou ainda que possui liminares na Justiça que garantem sua operação integral. Sobre a acusação da Prefeitura de fraude, a companhia considera que são totalmente improcedentes e que “não há qualquer elemento concreto que justifique o descredenciamento da empresa.”

O empresário Baltazar de Sousa Junior, um dos representantes da Viação Cidade de Mauá, afirmou que também possui garantia judicial para colocar os ônibus da empresa em operação. “Acho estranha essa vontade da Prefeitura em colocar outra operadora na cidade. Ela está indo contra uma decisão da Justiça. Temos contrato firmado de forma legal e vamos lutar até o último instante para manter o serviço.” Souza Junior disse que a direção da empresa não possui envolvimento com as depredações aos veículos da Suzantur.

O prefeito afirmou que um novo processo de licitação está aberto e dentro de seis meses, em média, novas empresas já estarão em funcionamenrto na cidade. “Caso seja necessário, a Prefeitura poderá intervir nos serviços das empresas que prestam serviço hoje para garantir a segurança dos funcionários e dos usuários”, prometeu Donisete.




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