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Falência do futebol no Interior?

A tese, polêmica, é levantada pelo deputado estadual Vitor Sapienza (PPS).

Wilson Marini
03/05/2012 | 00:00
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A tese, polêmica, é levantada pelo deputado estadual Vitor Sapienza (PPS). Agente fiscal de rendas aposentado, tem base eleitoral na Capital, está em seu sexto mandato e preside na Assembleia a Comissão de Ciência, Tecnologia e Informação. É um observador da vida dos clubes de futebol de São Paulo. Ele vê indícios de uma crise sem volta no futebol interiorano.

Diz ele: "Que profissionalismo é esse que os times duram apenas três meses? Que profissionalismo é esse que as equipes consideradas pequenas, outrora celeiro de craques, passam a comprar veteranos ou jogadores já formados para compor os seus elencos? Que profissionalismo é esse de estádios vazios que obrigam os times a vender o seu mando de campo, com os olhos na torcida alheia, uma vez que não conseguem angariar público em suas cidades? Ou clubes que são obrigados a alugar estádios para espetáculos artísticos e religiosos?"

Mapa

Sapienza cita alguns exemplos. "Guarulhos, com população superior a um milhão de pessoas, não tem um clube na divisão principal. Ribeirão Preto, com todo o seu poderio, por muita sorte conseguiu manter na primeira divisão um dos seus tradicionais times (Botafogo). Araraquara vive de recordações, quando a Ferroviária mostrou uma equipe inesquecível; Bauru, Presidente Prudente, Araçatuba, Rio Preto e tantas outras grandes cidades, apesar da pujança social e econômica, no futebol pouco têm para mostrar. Os tais grandes times contam moedas para pagar as suas contas e continuam no vermelho. E chamamos isso de futebol profissional". Podemos incluir na lista do futebol em crise o Grande ABC e cidades como Americana, Limeira, Piracicaba, São José dos Campos, Mogi das Cruzes, Osasco, Franca e outras.

Paralisação

Sintomas da falência, segundo Sapienza, é que após o término do campeonato, os times param as atividades à espera da próxima competição e acumulam prejuízos. "Os tais times pequenos morrem ou ficam à espera do campeonato do ano que vem. E ainda estamos iniciando o segundo trimestre. Essa é a realidade do futebol do Interior, que infelizmente se repete em todo o País. Realidade de um futebol que precisa ser repensado, ou perder o adjetivo profissional." Finaliza o deputado: "Incompetência, arrogância, dirigentes despreparados, empresários desonestos, irresponsabilidade, imaturidade, Lei Pelé, falta de incentivos... As justificativas são muitas, mas a consequência é única e pode ser traduzida por uma palavra simples e bastante dolorida para quem viveu e conheceu de perto o nosso futebol, principalmente o interiorano: falência."

Debate

Campinas é exceção neste quadro, com a classificação de Ponte Preta para a semifinal e do Guarani para a final do Campeonato Paulista. O tema certamente pode render muitas versões e opiniões como é de se esperar numa área apaixonante como o futebol. A coluna abre o debate e convida o leitor à participação. O que pode ser feito para resgatar a força do futebol do Interior?

Informação e transparência

A CNM (Confederação Nacional de Municípios) emitiu nota para esclarecer os gestores municipais sobre a diferença entre as leis da Transparência e da Informação - 131/2009 e 12.527/2011, respectivamente. Ambas tratam dos direitos dos munícipes de saber o que está sendo feito com o dinheiro público.

A Lei da Transparência é uma Lei Complementar que altera a redação da LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) no que se refere à transparência da gestão fiscal. O texto inova e determina que sejam disponíveis, em tempo real, informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios.

Já a Lei Federal 12.527/2011, a Lei da Informação, regula o acesso a informações e dispõe sobre os procedimentos a serem observados pela União, Estados, Distrito Federal e municípios. Regulariza o direito do cidadão em solicitar os documentos que tiver interesse sem justificar o pedido.

A entidade lembra que a Lei da Informação entrará em vigor no dia 16 e sua regulamentação caberá aos Estados, ao Distrito Federal e aos municípios, por meio de regras específicas. A Lei da Transparência determina que cidades com até 50 mil habitantes têm até maio de 2013 para publicarem as contas públicas em seus sites.




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