No entanto, os exames iniciais que os moradores do conjunto residencial deverão fazer serão os de urina, segundo o toxicologista José Tarcísio Duschinelli, que faz parte da equipe criada pela Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo para acompanhar o caso. “É muito cedo para dizer que houve a contaminação dos moradores. O primeiro passo é o exame de urina e, constatada a presença do ácido transmucônico proveniente do benzeno e derivados, poderemos fazer outros exames. Um passo de cada vez”, disse.
Segundo a pesquisadora química da Fundacentro – instituto de pesquisa na área de segurança do trabalhador – Arline Arcuri, o benzeno e seus derivados provocam alterações no sistema formador das células sangüíneas do organismo. “Tudo depende da quantidade dos resíduos tóxicos encontrados, mas o que deve ficar claro é que essas pessoas podem vir a ter de passar por exames periódicos o resto da vida pois a leucemia, por exemplo, pode se manifestar anos mais tarde”, disse.
A mesma opinião é compartilhada pelo médico do trabalho e coordenador da Comissão Estadual do Benzeno, Danilo Costa. “É claro que uma biópsia para retirada de mostras da medula óssea, por exemplo, é premeditada. No entanto, é necessário ter todo um histórico médico dessas pessoas para que qualquer alteração hematológica no decorrer dos anos possa ser avaliada e, caso constatada, fazer o tratamento adequado”, disse.
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