Palavra do Leitor Titulo
Lições da Grécia

O ano de 2011 foi da Grécia. Mais do que Irlanda, Islândia, Espanha...

Dgabc
13/01/2012 | 00:00
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Artigo

O ano de 2011 foi da Grécia. Mais do que Irlanda, Islândia, Espanha, Portugal ou Itália, a Grécia simbolizou a crise mundial. Mais também do que os Estados Unidos em 2008. Na Grécia, a crise mostrou dimensão mais ampla: foi econômica, com forte contração do PIB; política, porque nenhum outro país teve mais greves e mobilizações nas ruas; e social, por causa da consequência do desemprego, inclusive com fome em diversos setores da sociedade.

Na Grécia é possível perceber os escombros deixados por uma economia que apresentou exuberância artificial, graças a uma moeda supervalorizada e ao financiamento bancário fácil. Mais que isso, a Grécia foi a prova do fracasso de um modelo de desenvolvimento caracterizado pelo aumento do Produto Interno Bruto.

Mas, se a Grécia é a lição do fracasso de um modelo civilizatório ali nascido, sob uma forma diferente, tanto tempo atrás, ela pode ser também lição para o futuro. Ouvi de um professor universitário grego que seu salário foi reduzido em 40%. Ao perguntar-lhe como sobrevivia, respondeu: "Primeiro tirei o filho da escola privada, coloquei-o na pública e agora tento ajudar sua escola a melhorar; já não tenho como ir ao trabalho de carro, em compensação, como muitos estão na mesma situação, o trânsito flui melhor; reduziram meu salário em 40%, mas também minha carga de trabalho na mesma proporção, e estou aproveitando o tempo livre para atividades que me dão prazer e, às vezes, uma renda adicional; quase não saio para comer fora de casa, mas aprendi a gostar de cozinhar; não tenho comprado roupas novas, mas não tenho sentido falta delas; meus eletrodomésticos não serão trocados nos próximos anos, mas não estou vendo necessidade disso; sinto muita falta de viagens ao Exterior, mas estou descobrindo as riquezas turísticas da Grécia, inclusive uma ao lado da minha casa que atrai turistas de todo o mundo."

Nem todos profissionais gregos podem ter essa lucidez e essas alternativas: as camadas mais pobres não têm como reduzir o consumo. Mas, de qualquer forma, esse exemplo é um indicador de que pode vir da Grécia, ao mesmo tempo, a prova do fracasso de um modelo civilizatório e a ideia de inflexão em direção a uma nova civilização, na qual o crescimento da produção econômica deixe de ser o padrão para definir o bem-estar e a felicidade.

Cristovam Buarque é professor da UnB e senador do PDT-Distrito Federal.

PALAVRA DO LEITOR

Baldeação, não!

Nesta semana tinha um assunto para ser resolvido em São Paulo e resolvi ir de trem. Sabia que teria que fazer baldeação no Brás. Fiquei indignado com a falta de respeito aos usuários desse meio de transporte. É um absurdo o que a administração desse setor está fazendo com a população do Grande ABC. Gostaria de saber o que esses deputados da região estão fazendo para que este absurdo não continue. Pelo que tenho acompanhado, nossos representantes da região não fazem outra coisa a não ser discutir em inaugurações que nem sempre funcionam.

Ivan Salles de Oliveira, Mauá

Neymar

Sinceramente, não sei o quanto será positivo para sua carreira esse endeusamento tanto pela imprensa como pela Fifa a Neymar. Que se trata de um fora de série não tenho a menor dúvida. Todavia, dar-lhe o prêmio do gol mais bonito do ano foi forçada de marketing escandalosa. Iguais ao dele houve dezenas de gols pelo mundo. Ou até mais bonitos. E tenho minhas dúvidas se ele não teria cometido falta no defensor do Flamengo. Reparem bem!

José Bueno Lima, Santo André

Abandono

As ruas Miquelina, em Camilópolis, e Ana Neri, na Vila Metalúrgica, ambas em Santo André, são parte de via muito utilizada pelos motoristas que vêm da Avenida dos Estados em direção aos bairros Camilópolis e Utinga. Nessas ruas não existe nenhuma sinalização ou lombada, pois as que existiam foram retiradas. Motoristas conduzem seus automóveis às vezes a mais de 80 km/h. Moradores colocam faixas, reivindicando providência da Prefeitura, que continua alheia ao problema. Esses dois bairros possuem muitos moradores idosos, que pela manhã vão à Chácara Pignatari fazer caminhadas, crianças frequentam o parque, vão à escola e não há nenhuma sinalização ou placa de controle de velocidade. Até quando a Prefeitura vai ser omissa? A Eleição está bem próxima. As promessas são as mesmas, e na hora de cumpri-las o cidadão contribuinte é que fica na mão.

Erika Pereira, Santo André

Ribeirão Pires

Em referência à reportagem ‘Grande ABC tem 2.846 cargos comissionados', que informa que em Ribeirão Pires o prefeito ‘emprega 2.592 servidores, sendo 427 comissionados - 16%', a informação correta é a seguinte: a Prefeitura de Ribeirão Pires possui 3.016 servidores, sendo 63 comissionados - 2,08%, número que está dentro do estipulado pela legislação - Lei 5.548, de 4 de julho de 2011.

Prefeitura de Ribeirão Pires

O Diário mantém as informações publicadas na referida reportagem, inclusive sobre Ribeirão Pires. A matéria deixou claro que os números integram relatório do Tribunal de Contas do Estado, referente ao ano de 2010, último balanço fechado da corte.

Emburrecendo

O Brasil se mostra anos-luz atrasado, em termos de Educação, em relação a vários países da América Latina. Não é para menos! Com programas como esse tal de Big Brother é impossível um ser humano ter raciocínio lógico e sociocultural. Várias pessoas em um recinto, brigando, discutindo, pronunciando palavras de baixo calão e outras inutilidades. E o pior de tudo são os ingênuos que telefonam, não se sabe para quê, gastando dinheiro, engordando os cofres da emissora e perdendo tempo. E o governo federal também é culpado, por permitir que atrocidades como essa estejam disponíveis para os cidadãos. Algo que emburrece as pessoas deve ser benéfico aos governantes. Não tem outra explicação. Isso vem incomodando as pessoas há mais de dez anos e, até agora, ninguém se tocou que é abominação, perda de tempo, algo irrefutável e sem nada que se aproveite. E assim, a evolução do Brasil ganha mais um ponto, negativo, é claro.

William Borges, Santo André




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