Cultura & Lazer Titulo
Aberta temporada
Thiago Mariano
Do Diário do Grande ABC
16/01/2011 | 07:01
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Sob a batuta de Carlos Moreno, a Ossa (Orquestra Sinfônica de Santo André) já fechou os concertos de 2011. Têm início já no dia 26 de fevereiro.

O compositor austríaco Anton Bruckner receberá o fim de sua homenagem, com o encerramento das apresentações do ciclo de sinfonias, iniciadas em 2009. Tributo que, segundo o maestro, só foi possível por conta da sensibilidade do público andreense.

"Assim como Villa-Lobos, Bruckner é um gênio excluído. Ele foi colocado de lado pelo público que abandonou a essência do que é entrar em uma sala de concerto: conhecer repertórios e se emocionar. Todos se atrelam a ouvir sempre os mesmos compositores, os que consideram mais nobres".

As séries de apresentações por temas continuam - Anchieta (clássicos e grandes obras de repertório), Bandeirantes (integração artística), Piratininga (música brasileira) e Tamoios (música popular).

Com relação a Tamoios, que não está contemplada no programa, Carlos Moreno vê o desafio de conseguir patrocínio para fazê-la possível, casando orquestra e renomados artistas da música popular.

"Essa série nascerá à medida em que a Ossa conseguir patrocínio. Eventos populares têm custo elevado. O alcance de público que se tem em uma sala de concertos é restrito. Quando você caminha para a música popular de qualidade, consegue 20 mil, 40 mil pessoas. As orquestras compreenderam que esse exercício é importante. Estar nesse nível de alcance quebra paradigmas."

O maestro conta que se pudesse chamar alguém para se apresentar junto à Ossa, seria a cantora Ana Carolina. "Sou fã de carteirinha dela".

ESTAÇÕES
Outono e primavera receberam a sagração da Orquestra nesta temporada, com a inauguração das séries Concertos de Outono no Parque e Concertos de Primavera no Parque. Ambas as apresentações ocorrerão na Chácara Pignatari.

É neste ano, também, que a orquestra inaugura a verba quase duplicada. De R$ 822 mil passou a R$ 1,6 milhão.

GALA

Pela série Anchieta, em julho, estão previstas duas apresentações do 2º Festival Gustav Mahler de Inverno, além de repertório - estendido pelo ano - que homenageia os 200 anos de Franz Liszt. Como solista, o pianista Arnaldo Cohen.

Entre os convidados, está também a violinista Constança Almeida Prado, mulher de Moreno e filha do compositor Antônio de Almeida Prado, morto em novembro, que sobe ao palco no penúltimo mês do ano para prestar tributo ao pai.

CASA
Ainda sem definições quanto à sede do grupo - que provavelmente será no Cine Carlos Gomes - a orquestra segue abrigada no Teatro Municipal de Santo André. Os rumores de que a Prefeitura havia conseguido patrocínio com a Braskem para a revitalização do espaço ainda não se concretizaram.

"A orquestra vai crescer e se diversificar. Precisa ter a sua casa. Andei com o secretário de Cultura (Edson Salvo de Melo) em busca do local para sediar a Ossa. O Carlos Gomes nos pareceu o mais apropriado, claro que passando por grande reforma, inclusive acústica", declara Moreno.

O maestro afirma que o pensamento, agora, se volta para o próximo ano, temporada em que ele pretende trazer um clássico repertório de peso e ensaiar turnês pelo País.

"Pensamos em fazer "Os Planetas", de Gustav Holst, "Carmina Burana", de Carl Orff e "1812", de Tchaikovsky, que é uma das obras mais pedidas pelo nosso público."

Demais formações ainda planejam

As duas outras orquestras da região, a Filarmônica de São Caetano e a Filarmônica Vera Cruz, de São Bernardo, ainda não fecharam a programação.

De férias em Minas Gerais, o maestro Sérgio Assumpção, da Filarmônica de São Caetano, revelou que o repertório ainda está em fase de composição e que a divulgação ocorrerá até o fim do mês.

"Mas há um CD que estamos para lançar em fevereiro, que é o do hino de São Caetano, com música de Roberto Manzo e letra de José de Almeida Filho, executado pela orquestra com coro masculino. Fazia tempo que a cidade necessitava de uma versão dessas", limitou-se a adiantar o maestro.

FUNDAÇÃO

Júlio Medaglia, regente da Vera Cruz, declarou que a orquestra está em fase de planejamento da programação: "Estamos finalizando a questão da criação da Fundação Pierino Massenzi para ter agilidade administrativa e partir para um projeto mais ambicioso."

A orquestra, criada no ano passado, apresentou-se apenas quatro vezes. Seu lançamento foi nos festejos de aniversário de São Bernardo, em agosto.

A idealização da Orquestra parte de um ambicioso núcleo de formação musical atrelado ao Centro Livre de Música, que planeja ser escola de referência para formar músicos.

As dificuldades com que Medaglia se depara são de ordens burocráticas, como a contratação de músicos. Seu desejo é trazer artistas de renome para a cidade, alguns internacionais, transformando São Bernardo em um celeiro de música clássica.

"Meu plano é buscar uma função diferente das orquestras normais, que ela cresça na própria cidade. Por enquanto, vamos selecionar obras e tocar com artistas convidados", completou o maestro.




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