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Empresário de Santo André foi o 3º mais votado nos presídios de SP
Mark Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
18/10/2010 | 07:05
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"Tive votação expressiva em lugar que nem pude trabalhar. O mais difícil eu consegui." Com bom-humor, José de Arimathea Barcellos, o Ari Barcellos (PSC-Santo André), ainda tenta entender os motivos que o levaram a tornar-se o terceiro candidato a deputado federal mais votado nos presídios de São Paulo nestas eleições.

Em sua primeira disputa nas urnas, o empresário do ramo odontológico totalizou 3.567 votos em todo o Estado, ficando muito longe de garantir cadeira na Câmara. Destes, 37 foram concedidos por detentos. Por determinação da Justiça Eleitoral, presos provisórios e menores em unidades de internação que não tinham (até a eleição do dia 3) sentença de condenação transitada em julgado puderam votar neste ano.

São Paulo registrou 1464 votos nos presídios. O campeão disparado na corrida à Câmara, assim como nos demais segmentos da sociedade, foi Tiririca (PR), com 122 sufrágios. Em segundo ficou José Genoino (PT), com 39. O petista, uma das principais lideranças do partido, perdeu a disputa à reeleição, mesmo tendo angariado mais de 92 mil votos.

Assim, a medalha de bronze de Ari Barcellos evidencia ainda mais a surpresa por seu desempenho atingido nos presídios. O social-cristão, que três dias após o pleito foi reempossado como vice-presidente da Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André), garante que em nenhum momento da vida profissional desenvolveu trabalho social com detentos.

O que pode explicar o sucesso nas penitenciárias, segundo ele, é a campanha intensificada em comunidades carentes do Grande ABC, Cruzeiro, Cotia e São José dos Campos. "Conversei com moradores que tinham parentes na prisão. Acredito que em algum destes casos a mulher ou o filho deva ter comentado com o familiar e este tenha disseminado meu número a outros presos."

Quando recepcionado por parentes de detentos, o então candidato afirma ter adotado discurso de cobrar a garantia de efetiva reabilitação ao Estado e de recolocação dos presos na sociedade sem discriminação. "Se identificaram", justifica.

Puxador de votos - Os 37 votos que Ari Barcellos recebeu corresponde a 2,5% dos votos válidos dos presídios paulistas. Se a percentagem fosse acompanhada nas demais seções eleitorais do Estado, o empresário estaria eleito com sobras. Seriam mais de 500 mil votos, que o colocariam como o terceiro candidato a deputado estadual mais votado em São Paulo, atrás somente de Tiririca (1,3 milhão) e Gabriel Chalita (PSB, 560 mil).

Além de se garantir em Brasília, com 500 mil sufrágios Ari Barcellos seria o responsável por aumentar de duas para quatro as cadeiras as conquistadas pela coligação Humanista Cristão, que uniu PSC e PHS na corrida à Câmara. Suas sobras garantiriam a eleição ao ex-vice-prefeito da Capital, Régis de Oliveira, que obteve 80 mil votos.




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