Moradores dos blocos 43 e 44 do Conjunto Habitacional Três Marias, no Bairro Cooperativa, em São Bernardo, convivem com rachaduras e a constante falta de tranquilidade em seus apartamentos. Isso porque, de um ano para cá, as chuvas danificaram a estrutura dos edifícios. As 56 famílias temem deslizamentos e questionam a falta de melhorias.

Além dos danos com rachaduras na estrutura do prédio em si, foram observadas diversas fissuras nos apartamentos, queda de azulejos, afundamento de ralos e paredes com umidade. Apesar de serem informados sobre os problemas, os moradores não foram instruídos a deixar o local. A área com as condições mais precárias foi interditada com uma fita e posteriormente com placa de metal, no entanto, ainda é possível acessar o espaço.

“É com chuva, sem chuva. Somente de ficar úmido já está cedendo. Está indo para baixo, o tamanho do buraco está ficando maior a cada dia que passa”, afirma a moradora Renata da Silva Pires, 29 anos. Segundo ela, os moradores foram informados por funcionários da Construtora OAS, responsável pela obra, de que o prédio corria risco. “Esse prédio é grudado ao outro, vai ser efeito dominó. Vai cair tudo.”

Para a aposentada Sarah Xavier, 56, a situação é agravada pela penetração da água e as aberturas no solo. Ela cobra ações efetivas ao invés de conversas. “Como vou sair de uma área de risco e ir para outra?”, questiona.“Até onde sei, interdição é interdição. A partir do momento que interditou você tem de sair. Não pode chover, pois se chover vai ceder.”

A cozinheira Darlene Dias de Moraes, 39, afirmou que houve inúmeros estalos nas paredes, problema que não a deixa dormir há tempos. Os azulejos da sala e do banheiro, além das infiltrações no apartamento, perturbam o sossego. “Meus pisos começaram a quebrar no ano passado. Estralou de madrugada e começou a cair tudo. Quando vem o barulho já começo a ter medo”, diz.

Segundo a Prefeitura de São Bernardo, notificação foi enviada em 10 de abril a moradores, informando sobre problemas com o muro de divisa. No dia 19 do mesmo mês foram feitas inspeções e vistorias no local. “Constatou-se que o muro apresenta diversas fissuras e trincas, provavelmente devido a recalques do terreno. Por hora, não há riscos para as edificações nas proximidades”, reforçou, em nota, o poder público.

Ainda segundo a administração, dia 12 foi feito isolamento com tapumes para impedir o acesso de pessoas e moradores ao local. A Prefeitura aguarda a apuração das responsabilidades para programação do início dos reparos.

O Grupo OAS não retornou os contatos da equipe de reportagem do Diário.