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Bird e FMI prevêem crescimento de 3% da economia mundial
Do Diário do Grande ABC
09/01/2000 | 15:52
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A economia global é como um longo trem: países industrializados puxam países emergentes e países subdesenvolvidos num ciclo de crescimento ou recessoes - enquanto os passageiros assistem pela janela a passagem de crises financeiras ou explosoes de investimento, e capitais que fluem com rapidez cada vez mais em direçoes que podem ou nao ser positivas, dependendo da perspectiva de cada vagao. Em 2000, as perspectivas do trem sao relativamente boas. Analistas do Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional esperam um crescimento do produto de entre 2% à 3%, contanto que os vagoes da frente - os países industrializados - consigam sustentar a força econômica dos últimos anos.

Os Estados Unidos, rei da ferrovia, em breve ultrapassará um marco histórico. Em fevereiro, a atual expansao econômica, que começou em março de 1991, atingirá 107 meses de idade, ultrapassando o outro recorde de expansao, entre os anos de 1961 e 1969, em plena Guerra do Vietna. Nos últimos três anos, a economia americana tem crescido a uma taxa superior a 4% ao ano, e a maior parte dos economistas esperam que o crescimento continuará positivo em 2000.

Idealmente, a taxa de crescimento dos EUA cairá para 3,5%, algo considerado mais sustentável num ambiente sem inflaçao do que o atual ritmo de expansao. No ano passado, a inflaçao dos EUA foi de 2,6%. A taxa de desemprego se mantém a 4,1%, nível mais baixo em 30 anos. A maior parte dos economistas acreditam que a prosperidade sem precedentes se deve a admirável administraçao da política monetária dos EUA pele presidente do Banco Central dos EUA, Alan Greenspan. Eles esperam que Greenspan aumentará as taxas de juros dos EUA este ano, talvez substantivamente, mas que novamente atingirá o equilíbrio perfeito para a economia.

Na Europa, a economia da Inglaterra deve crescer também este ano, apesar de taxas de juro mais altas. O mercado espera um crescimento de 3%. As perspectivas também sao positivas para as outras maiores economias européias, onde taxas de desemprego estao caindo e taxas de consumo crescendo.

Segundo o vice-diretor do Fundo Monetário Internacional Stanley Fischer, se as economias dos países industrializados permanecerem fortes, os países emergentes terao um bom ano 2000. Na Asia, países que estavam em crise dois anos atrás devem ter um ano espetacular. A Coréia do Sul, por exemplo, deve crescer mais do que 7% este ano. Outros países, como a Tailândia e até a Indonésia, devem também ver suas economias expandir. A China, que nunca parou de crescer apesar da crise de todos seus vizinhos, deve ter um crescimento de 7,5% de seu produto interno bruto, maior do que os 7,1% registrados em 1999, com um aumento de 8% a 10% em suas exportaçoes. Apenas o Japao, segunda maior economia do mundo, deve ter um ano 2000 menos do que estelar, na medida em que o governo continua buscando a fórmula correta para retornar a economia ao crescimento que teve na década de 80.

Atrás da Asia em termos de sua recuperaçao, a América Latina também deve ter em 2000 um ano muito melhor do que 1999 e 1998. Analistas americanos esperam que as estrelas da regiao sejam o Brasil e o México, e firmas de investimento como a Salomon Smith Barney estao aconselhando seus clientes a investir pesado nos dois países. A Argentina deve ficar um pouco atrás, e está novamente a voltas com o FMI em negociaçoes que buscam a estrutura de um programa econômico que retorne o país ao crescimento sustentável, reduza suas taxas de desemprego e garanta que o país permaneça em dia com seus credores.




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