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Diniz Lopes promete ter pulso firme em Mauá
Roney Domingos
Do Diário do Grande ABC
03/01/2005 | 17:36
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Eleito vereador com 3.619 votos, Diniz Lopes (PL), 40 anos, assumiu neste sábado a presidência da Câmara de Mauá e, minutos depois, a Prefeitura da cidade que tem 383 mil habitantes e Orçamento de R$ 360 milhões. Ele ficará no comando por no mínimo 90 dias, a não ser que a Justiça Eleitoral defina antes desse prazo o imbróglio jurídico que imobilizou os dois principais candidatos a prefeito – o petista Márcio Chaves Pires e o verde Leonel Damo. Os dois esperam que qualquer nova decisão judicial ocorra apenas em fevereiro, quando acaba o recesso do Judiciário.

Diniz definiria durante o fim de semana o secretariado que prometeu anunciar nesta segunda. Prometeu dar prioridade às finanças e às áreas de educação e saúde.

Diniz sabe da transitoriedade do cargo, mas fala grosso. Ele reivindica uma cadeira no Consórcio Intermunicipal do Grande ABC – onde têm assento apenas os prefeitos eleitos das sete cidades – e deixa claro que terá pulso firme na relação com os parlamentares estaduais e federais que representam o município. "Não vou pedir, vou cobrar", afirmou.

Vencedor da eleição no primeiro turno, Márcio Chaves teve 91.910 votos, mas a juíza Ida Inês Del Cid cassou o registro de sua candidatura sob acusação de abuso de poder econômico. Ele recorre até ao Supremo Tribunal Federal para reaver o direito de ficar na disputa. No Tribunal Superior Eleitoral, tenta pelo menos garantir que haja nova eleição. Damo teve 79.584 votos e chegou a ser diplomado pela mesma juíza com base em uma contagem de votos questionada por Márcio. No entanto, a diplomação foi cassada pelo Tribunal Regional Eleitoral. Sob apelação, o TSE manteve a cassação do diploma horas antes do dia da posse. O verde ficou sem o diploma mas garantiu influência na Prefeitura. Definiu pelo menos três dos nomes mais importantes do secretariado e tem forte ascendência sobre Diniz, seu afilhado político.

DIÁRIO: A criação da Agência Metropolitana acaba com o Consórcio?

DINIZ LOPES: Se for criada, naturalmente o Consórcio perde a sua finalidade. Se for criada, vai ter de passar por uma discussão dos sete prefeitos, que fazem parte da região metropolitana.

DIÁRIO: Quem o senhor acha que deve ser presidente do Consórcio?

DINIZ: Ainda não tenho uma opinião formalizada. Admiro todos que foram eleitos, todos têm o meu respeito, mas eu como disse, sou uma pessoa de grupo. Vou conversar com o Kiko (Adler Teixeira de Rio Grande da Serra), com o Dib (William Dib de São Bernardo) e com o pessoal de São Caetano, para encontrar um bom nome.

DIÁRIO: O senhor acha que as reuniões do Consórcio devem ser abertas?

DINIZ: Com certeza. Isso eu já defendia antes. As reuniões do Consórcio devem ser abertas e mais participativas. Não tem de fazer reunião fechada. Tem de fazer reunião aberta, para a sociedade participar.

DIÁRIO: Mauá é fortemente atingida pelo Rodoanel. O que os prefeitos devem fazer para que o empreendimento aconteça?

DINIZ: Acho que devemos juntar forças no governo municipal, estadual e também no federal. Isso é de fundamental importância, não apenas para o Grande ABC mas para o Estado, para o desenvolvimento principalmente. Vamos buscar apoio dos deputados estaduais e dos federais e até mesmo do nosso presidente nacional, o deputado federal Waldemar Costa Neto (PL). Ele vai ser um parceiro e um elo com o governo federal. Vamos buscar meios para que essa obra seja concretizada. Para nós, é de fundamental importância.

DIÁRIO: Na questão da segurança e da saúde dá para ter uma ação consorciada entre os municípios, um planejamento regional dessas questões?

DINIZ: Dá. Desde que os prefeitos coloquem de lado as questões pessoais e essas coisas... Se trabalhar com determinação e pensar regionalmente, nós poderíamos definir até que tipo de especialidades cada município poderia atender, de que forma. Os postos de saúde localizados nas divisas de município poderiam atender de forma regional. Nós temos aqui o Hospital Nardini que consome uma verba enorme do Orçamento. Vamos cobrar do governo estadual, para que ele contribua mais com a saúde.

DIÁRIO: O deputado estadual Donisete Braga (PT) e o deputado federal Wagner Rubinelli (PT) têm base em Mauá mas pertencem a um partido de oposição. O único parlamentar do PL na região é o deputado estadual Orlando Morando, de São Bernardo. Quem vai ser o interlocutor do sr. como prefeito no parlamento paulista e na Câmara dos Deputados?

DINIZ: Na Câmara dos Deputados será meu presidente nacional (Costa Neto). Agora, estadual nós estamos abertos para saber quem vai estender a mão para o município. Vou cobrar, não vou pedir. Vou cobrar dos deputados de nossa cidade maior atuação. Vou cobrar dos deputados do município para que nos ajudem. E se negarem ajuda, a população vai saber. Aqui não temos bandeira. Não temos cor. Temos uma população que precisa ser governada com seriedade.

DIÁRIO: Quando começa de fato o expediente em Mauá?

DINIZ: O expediente começa segunda-feira. A partir do momento em que a gente realmente sentar na cadeira e for empossado, a gente começa a pensar no que fazer.

DIÁRIO: Nos seus primeiros dias de governo o que vai acontecer?

DINIZ: Vamos fazer uma análise da verdadeira situação da prefeitura. Não deixar parar os trabalhos essenciais, vistoriar todas as obras que temos no município e fazer levantamento dos projetos que temos. Faremos um levantamento principalmente na área de finanças justamente para saber como está a situação. E montar uma equipe para atuar nas áreas de saúde, educação e finanças. Isso não pode parar de forma nenhuma. Vamos ver quais são os primeiros passos que daremos.

DIÁRIO: Na segunda-feira serão anunciados os nomes do secretariado?

DINIZ: Na segunda-feira (hoje) já começam trabalhando.




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