O vice-presidente da Gestão Empresarial do Santo André, Romualdo Magro Júnior, rebateu ontem as acusações de que ele e o presidente Ronan Maria Pinto abandonaram a reunião com o Conselho Deliberativo e os acionistas do clube na terça-feira, na sede da Saged. Segundo o dirigente, o encontro foi encerrado em razão de compromissos particulares, mas confirmou a intenção de ambos de deixar o cargo caso o clube não repasse à empresa os valores referentes às cotas do Paulista de 2011 e dificulte o trabalho de reformulação do elenco para a temporada.

Romualdo disse ter sido pego de surpresa por carta enviada pelo presidente do clube, Celso Luiz de Almeida, na qual ele informava que pretende reter os R$ 1,8 milhão (a serem pagos pela Federação Paulista de Futebol em quatro parcelas a partir de janeiro) da cota do Estadual. Sem a quantia, o vice destacou ser complicado montar um time competitivo para 2011 - além do Paulista, o Ramalhão disputará a Copa do Brasil e a Série C do Brasileiro. Já os integrantes do Conselho Deliberativo e a maioria dos acionistas preferem que a verba seja utilizada para saldar as dívidas, principalmente em relação a impostos.

"Temos que representar as cores da cidade acima de qualquer coisa. Dar uma resposta à população e à torcida, que sempre nos cobra. E, para isso, precisamos receber a cota para montar uma equipe forte", reiterou Romualdo. "A Saged não se exime das responsabilidades, sempre honrou seus compromissos e não há razão para essa postura da diretoria do clube. Não tem como fazer uma coisa (quitar as dívidas) e ignorar a outra (montagem de um bom time). São situações independentes, mas que podem ser resolvidas simultaneamente."

O vice salientou que não pretende colocar em campo uma equipe de juniores para os importantes compromissos da temporada. "Se for para fazer isso, estamos fora. Aí o clube vê o que faz. Coloca alguém do Conselho Deliberativo nos cargos (presidente e vice) ou faz o que quiser. Queremos ter a oportunidade de recolocar o Santo André na Série A do Brasileiro", disse Romualdo. "E outra reunião deve ser marcada para tentarmos solucionar este impasse", completou.

Romualdo destacou que existe preocupação da Gestão Empresarial com o equilíbrio das contas. Prova disso, segundo ele, é que a folha salarial para 2011 será 50% menor do que a da atual temporada, que já teria sido metade da de 2009.