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Prefeituras concentram servidores

Ipea aponta que 95,1% dos funcionários públicos das
sete cidades da região atuam no Poder Executivo municipal

Michele Loureiro
Do Diário do Grande ABC
16/12/2009 | 07:00
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Dados divulgados pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) - com base em dados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2007 - mostram que, dos 41.556 servidores públicos das sete cidades da região, 39.550 atuavam no poder executivo municipal há dois anos - ou seja, 95,1% dos funcionários públicos no Grande ABC trabalhavam nas prefeituras.

Segundo o Ipea, a cidade com maior percentual de servidores atuando na estância municipal é São Bernardo. Em 2007, o município empregava 12.197 servidores, dos quais 11.958 diretamente ligados ao executivo municipal. Santo André aparece na sequência, com 9.391 trabalhadores no setor público e Rio Grande da Serra é o último da lista, com 755 funcionários.

O Ipea comenta que no Brasil, assim como nos países desenvolvidos, o emprego público tem crescido com o desenvolvimento econômico, que cria maiores demandas em áreas como Educação e Saúde. Não à toa, cerca de metade dos 8 milhões que trabalham na administração direta está alocada nessas duas áreas.

PAÍS - O setor público emprega 21% dos trabalhadores formais no Brasil, de acordo com o Ipea. Dos 37,6 milhões de trabalhadores com carteira assinada e estatutários, cerca de 8 milhões trabalham na chamada administração direta.

Se somados os servidores da administração direta, da indireta e das empresas estatais, o número de empregados sobe para 10 milhões. O Poder Executivo reúne 79% desse total; o Legislativo, 1,7%; e o Judiciário, 2,7%. Na administração indireta estão 8% dos empregos do setor público, e as estatais reúnem os 8,4% restantes.

Os dados constam do estudo Presença do Estado no Brasil: Federação, suas unidades e municipalidades. Em números absolutos, a região Sudeste é a que possui o maior contingente de funcionários públicos, com 41% do total, seguida pelo Nordeste, com 26,5%; Sul, com 14,6%, Centro-Oeste, com 9,1% e Norte, com 8,6%.

Proporcionalmente, a relação entre emprego público e ocupações formais é maior na Região Norte (38,2%), seguida pelo Nordeste (33,1%), Centro-Oeste (29,3%), Sudeste (15,7%) e Sul (15,1%).

O Centro-Oeste lidera no quesito quantidade de funcionários públicos por habitantes. Nessa região, 6,8% da população é composta por empregados do setor público pelo fato de a capital federal estar situada na região. Aparecem em segundo e terceiro lugares no índice as regiões Nordeste (5,15%) e Sudeste (5,17%), respectivamente.

Ipea destaca importância de aporte em Educação e Cultura

Se o Brasil quiser passar da nona para a quinta posição no ranking mundial das maiores economias do mundo, terá de vencer com alguns gargalos nos investimentos públicos nas três esferas de governo - municipal, estadual e federal - principalmente nas áreas de Educação e da Cultura. O alerta foi feito pelo economista Marcio Pochmann, presidente do Ipea.

Ele fez a avaliação com base nos dados da pesquisa que mostra a estrutura física do Estado brasileiro e a incidência de seus serviços.

Cursos universitários públicos, por exemplo, só estão disponíveis em 157 dos 5.562 municípios brasileiros, o equivalente a 2,8% do total de cidades. A maior parte (46%) concentra-se na Região Sudeste.

Quanto aos investimentos culturais, a pesquisa mostra que em 2.953 municípios não há estabelecimentos públicos nesse segmento, quer sejam museus, casas de cultura ou de espetáculos. Desse total, 37% estão no Nordeste.

Para Pochmann, a área do conhecimento é imprescindível para as metas de crescimento econômico do Brasil. Na sua avaliação, a ausência do aprimoramento do ensino pode comprometer a oferta futura de mão de obra qualificada. (Da Agência Brasil)

Estudo destaca fragilidade no sistema de saúde

A população de 1.867 municípios brasileiros (33,5% de um total de 5.562) não conta com estabelecimentos médicos do SUS (Sistema Único de Saúde) para atendimento de urgência.

A Região Sudeste concentra a maioria dessas cidades (31,7%). Em seguida, vêm o Nordeste (29%), o Sul (24,2%), o Centro-Oeste (9,2%) e o Norte (5,9%).

Em 428 municípios do País, não há médicos que atendam pelo SUS. Os dados fazem parte do estudo divulgado Ipea. Segundo a pesquisa, até abril deste ano, duas cidades em todo o País não contavam com atendimento ambulatorial no SUS: Paraíso. em São Paulo, e Mimoso, em Goiás. De acordo com o estudo, em 1 875 municípios não há unidades públicas de internação.

Além de saúde, o estudo traz dados sobre indicadores básicos, previdência social, educação, assistência social, trabalho, bancos públicos, infraestrutura, segurança pública e cultura. (Da AE)




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