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Escola estadual em Mauá usa cordel para falar sobre violência contra a mulher

Atividade foi realizada em celebração ao 8 de março e envolveu a participação de 520 alunos

Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
08/03/2022 | 00:01
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André Henriques/ DGABC


A EE (Escola Estadual) Visconde de Mauá, em Mauá, realizou na manhã de ontem evento em celebração ao Dia Internacional da Mulher. Alunos do 9°ano do ensino fundamental e 1° ano do ensino médio pesquisaram por um mês com a temática da violência contra a mulher e confeccionaram cordéis para apresentar os seus trabalhos.

A apresentação contou com a presença da vice-prefeita e secretária de Políticas Públicas para Mulheres da cidade, Celma Dias (PT), da advogada e rapper Jacque Cipriany e do representante da Defensoria Pública do município, Aristeu Bertelli.

Durante 30 dias, os estudantes pesquisaram sobre diferentes tipos de violência contra a mulher e suas consequências, estudo integrado a diferentes disciplinas, como português e artes. “A gente se surpreendeu positivamente com o engajamento das turmas. Fizemos debates, houve alunos que relataram que vivenciaram situações assim em casa, então, é importante, porque eles conhecem e se reconhecem”, explicou o professor de história André Sapanos, coordenador do projeto.

A aluna do 9° ano Amanda Passo Moreira, 13 anos, escolheu a violência psicológica como tema do seu cordel. Amanda relatou que aprendeu muito com as pesquisas e a sua escolha quis demonstrar como ações que visam minar a autoestima das mulheres também são violentas. “Não deixa marcas, mas deixa todas para baixo”, ponderou.

Estudante do 9° ano, Murilo Andrade Anjos, 14, pontuou que o trabalho o ajudou a entender que existem violências que não são tão claras, como quando mulheres perdem seus empregos depois que engravidam ou logo após o nascimento dos filhos. Por isso, o tema escolhido pelo jovem foi desigualdade de gênero.

A diretora da escola, Delma Pilão Nogueira, explicou que todo ano a equipe procura realizar alguma atividade que envolva todos os alunos dos períodos e ressaltou que são essas ações que podem promover as mudanças. “Hoje (ontem) é um evento grande, mas não é só em um dia que eles vão entender e mudar no que é preciso. Mas é aqui que eles gostam mais da escola, e se eles são cidadãos melhores aqui, também vão ser lá fora”, citou.

Ovacionada pelos jovens que estavam presentes, a rapper Jacque Cipriany lembrou que são atividades como essas que ajudam os adolescentes e crianças a identificarem as violências que estão presentes na sua rotina. “A pessoa que vive em situação de violência muitas vezes lida com a culpa, seja porque sente que a mãe não se separa por causa dela, e falando sobre isso a gente ajuda que eles entendam, que eles denunciem, que eles mudem também isso nas vidas adultas que vão ter daqui a pouco”, opinou.

A secretária de Políticas Públicas para as Mulheres, Celma Dias, disse que dialogar com os estudantes é a oportunidade de cortar o mal pela raiz.




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