Política Titulo Após ação judicial
Caio França, do PSB, admite aproximação com Eduardo Leite

Dirigente estadual do partido considera parlamentar de Sto.André “liderança com grande projeção”, mas evita cravar elo junto ao petista

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
14/06/2021 | 14:20
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Nario Barbosa/Dgabc


Dirigente do PSB no âmbito paulista, o deputado estadual Caio França admitiu aproximação com o vereador Eduardo Leite (PT), de Santo André, que na quarta-feira formalizou ação judicial, no TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo), requerendo autorização para desfiliação do petismo. Filho do ex-governador de São Paulo, Márcio França (PSB), Caio enalteceu a figura e atuação do parlamentar no Grande ABC, mas evitou cravar elo, adotando tom de cautela para tratar do caso. “Precisamos aguardar com respeito a definição dele e do partido, mas o considero uma liderança com grande projeção na cidade e na região.”

Sem citar nomes, o socialista reconheceu que tem conversado com “várias lideranças da cidade a partir da saída do (ex-vereador) Ailton Lima”, então presidente da executiva municipal, prefeiturável do PSB em 2020 na sucessão de Paulo Serra (PSDB) e que decidiu se desligar da legenda no fim do mês passado, deixando o comando com caminho livre. Caio pontuou manter “contato direto” com os vereadores Carlos Ferreira e Toninho Caiçara, contudo, não escondeu a simpatia pelo parlamentar petista. “Eduardo é uma liderança muito respeitada e que tenho bom contato”, pontuou. A dupla de vereadores integra a base do governo tucano.

O Diário apurou que há compromisso apalavrado do PSB para que o grupo de Eduardo Leite possa desembarcar gradativamente na sigla, à espera do vereador. O acerto deve envolver, inclusive, os principais postos na nova montagem da comissão provisória municipal. Atualmente no terceiro mandato, o parlamentar irá, por sua vez, permanecer no PT durante a tramitação do processo, no qual alega perseguição política e grave discriminação pessoal - a expectativa é que a ação transcorra por seis meses a um ano. Não existe, a princípio, intenção do petismo em selar acordo por saída harmoniosa. Cabe frisar que a sigla pode pedir a cadeira em caso de desfiliação sem justa causa por entender que o mandato é do partido.

Eduardo tem evitado fazer declarações a respeito do futuro político, ponderando que, primeiramente, pretende resolver o imbróglio no PT, sigla pela qual milita há quase 30 anos. Mas questionado especificamente sobre as sondagens do PSB, o parlamentar demonstrou interesse, especialmente ao considerar ser uma legenda “ideologicamente mais alinhada”. “É uma honra, para mim, saber que o PSB tem essa visão da minha atuação, principalmente por ser partido que considero ideologicamente muito próximo do que defendo como sociedade, e que já tem se posicionado favoravelmente por aliança (eleitoral) com (o ex-presidente) Lula (PT) em 2022.”

O petista ingressou com a processo judicial depois de cumprir dois meses de suspensão das atividades partidárias. A executiva municipal do PT votou, no começo de abril, a favor da punição de Eduardo pelo fato de ele não ter se retratado de entrevista concedida ao Diário na qual o petista teceu elogios à gestão Paulo Serra na condução da pandemia de Covid-19.  




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