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Marcelo cede espaço, acolhe adversários e mira ampliar base

A fim de cessar derrotas na Câmara, prefeito de Mauá reforça articulações com G-14 e até tucanos são abrigados no Paço

Daniel Tossato
Do Diário do Grande ABC
11/03/2021 | 03:46
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DGABC


O prefeito de Mauá, Marcelo Oliveira (PT), cedeu espaços e tem abrigado adversários no governo na tentativa de evitar novos reveses na Câmara, além de criar movimento para ampliar a base de sustentação na casa. O petista mira atrair apoio político de vereadores do chamado G-14, grupo de parlamentares que se autodenominam independentes e que vem emplacando frequentes derrotas ao governo no Legislativo desde o começo do mandato.

Nomeações no Paço têm indicado que Marcelo busca por fim ao seu principal obstáculo político na casa na qual exerceu três mandatos consecutivos até o fim do ano passado. Nessa empreitada, a aliança do governo petista inclui, inclusive, os tucanos. Recentemente, o prefeito nomeou Elton Alves de Carvalho (PSDB), ex-assessor do supermercadista José Roberto Lourencini (PSDB), que foi prefeiturável na eleição do ano passado e que apoiou a candidatura à reeleição do então prefeito Atila Jacomussi (PSB) no segundo turno. Elton atuará como assessor de gabinete na Secretaria de Finanças, chefiada por Paulo José Almeida.

Elton é filiado ao PSDB desde 2015. O Diário apurou que as conversas com os tucanos não passam por Lourencini, mas diretamente com o comando do PSDB mauaense, cujo presidente é Márcio Canuto. As interlocuções têm sido costuradas pelo secretário de Governo, Leandro Dias (PT).

Na eleição de 2016, o tucanato também teve candidatura própria ao Paço – o prefeiturável foi o hoje prefeito da vizinha Ribeirão Pires, Clóvis Volpi (PL) – mas no segundo turno, ele apoiou Atila. Como consequência, a sigla integrou o secretariado do governo e só desembarcou depois das prisões do socialista. Hoje o partido conta com dois representantes na Câmara: Eugênio Rufino e Leonardo Alves.

Ao Diário, Marcelo reconheceu que tem intensificado as conversas com os parlamentares. Em janeiro, o presidente da Câmara, Zé Carlos Nova Era (PL), integrante do G-14, chegou a alertar, via Diário, que o grupo não aceitaria dialogar com o governo de forma individual.

Recentemente, o prefeito conseguiu emplacar a primeira vitória significativa na Câmara ao ver aprovado projeto de sua autoria que prevê a contratação direta de centenas de profissionais da educação. “Estamos alinhando com todos eles e a participação no governo é consequência disso. O nosso objetivo é estarmos unidos para enfrentar essse momento difícil que a cidade e o País estão passando”, frisou o prefeito, ao citar a piora da pandemia de Covid-19.

DERROTAS

As derrotas de Marcelo começaram logo no primeiro dia do ano, quando o G-14 emplacou a vitória Nova Era como presidente do Legislativo. De lá para cá, o prefeito travou batalhas com a casa, como o revés envolvendo o valor do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). A despeito da vontade do governo, a Câmara aprovou emenda que congelou o valor do tributo para este ano – o Paço desejava aplicar a correção da inflação aos carnês. Nesta semana, a casa também emplacou outro projeto indigesto, que permite suspensão de cobranças de impostos a comerciantes.  




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