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Diadema abriga exposição em favor da socialização
Alessandro Soares
Do Diário do Grande ABC
20/01/2005 | 12:53
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Uma exposição de fotos do cotidiano do bairro Eldorado, em Diadema, mostra mais do que imagens. O vernissage desta quinta-feira, às 19h30, lança ainda o site www.procurando-eldorado.net na Acer (Associação de Apoio à Criança em Risco), ONG com sede no antigo Centro Cultural Eldorado (r. João Antonio de Araújo, 395. Tel.: 4049-1888 e 4049-3111). A iniciativa, que vincula arte e cidadania na formação de crianças e adolescentes, será levada ao Fórum Social Mundial, que começa semana que vem em Porto Alegre (RS). A arte-educadora inglesa Anna Kortschak, responsável pelo site e voluntária da Carf (Children at Risk Foundation), parceira institucional da Acer, estará no Fórum com Daiana da Silva Bueno, 18 anos, e Adriano Roberto Silva, 16, moradores do bairro.

Outra iniciativa presente na Acer que será apresentada no Fórum é o Asa (oficinas de arte cidadania), programa pedagógico em artes visuais formulado pelo Instituto GTECH, com sede em São Paulo (mais informações nesta página). A intenção é lançar no Fórum uma articulação de políticas públicas nacionais de arte cidadania, apresentando como a arte ajuda na inclusão social. “O jovem se posiciona no mundo, podendo criar alternativas interessantes para sua vida, a partir de elementos de expressão artística”, afirma Maria Helena Carvalhaes, coordenadora do Centro de Estudos em Arte Cidadania do Instituto GTECH.

A Acer tem 10 anos de atividades e vários mantenedores, inclusive pessoas físicas. Atende 256 crianças de 7 a 17 anos e visa o desenvolvimento da vida em comunidade. A demanda é grande, bem como a lista de espera. Rosimeire Souza Miranda, 15 anos, soube das atividades pelo primo, e levou com ela seu irmão, Edinaldo, 14. “Apresentei para uma amiga, que gostou da biblioteca. Eu aprendi a usar computador, e gosto de fazer desenhos animados. Aqui aprendemos a respeitar as pessoas, não há gente feia nem bonita”, diz Rosimeire. Michael Neves de Souza, 9, se preocupa com seu bairro. Por exemplo, a canalização de um córrego: “As pessoas deveriam resolver esses problemas conversando. Gosto de percussão e capoeira, e de fazer desenhos e HQs”.

“Não trabalhamos com conceitos da escola tradicional. O facilitador (nome dado aos oficineiros), geralmente um estudante, é mais um amigo que um professor. Tudo é constituído junto”, afirma Tânia Crespo, comunicóloga e coordenadora do Asa Acer. Marcos Vinicius do Nascimento, 18, um dos freqüentadores do Asa Acer há dois anos, hoje é facilitador. Ele participou de oficinas de desenho e monitora a biblioteca: “Nós aprendemos quando tentamos ensinar. Cada cabeça é um mundo diferente. Aprendemos o que cada um tem a oferecer”.

A Acer oferece atividades para comunidade. Aos fins de semana tem o Cinema às Pampas, sessão de cinema em vídeo com patrocínio do Banco Real. A cada 15 dias realiza o Sabadão, festa promovida pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.

A biblioteca, com livros, DVDs e vídeos que podem ser levados para casa, foi patrocinada ano passado pelo Banco de Boston. A Acer também tem convênios com a Prefeitura de Diadema e apoio da Embaixada Britânica. “Nossas atividades não são só para vir e ir embora. Damos um direcionamento humano, artístico, cidadão, pessoal às crianças”, diz Veruska Rodrigues Galdini, mestre em psicologia social e coordenadora técnica dos oficineiros.




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