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GCM tranca clube e desabrigados
do Edifício di Thiene dormem na rua

Prefeitura diz que maioria dos acolhidos deixou o local por conta própria

Daniel Tossato
Do Diário do Grande ABC
06/08/2021 | 00:01
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 A novela envolvendo as famílias desabrigadas do Edifício di Thiene, em São Caetano, que estavam alojadas no CRE (Clube Recreativo Esportivo) Fundação, ganhou novo capítulo. Na noite de quarta-feira, a GCM (Guarda Civil Municipal) impediu que as pessoas que tinham saído do local para trabalhar ou cumprir algum outro compromisso retornassem e parte delas passou a noite em colchões do lado de fora da agremiação. De acordo com os desabrigados, 25 pessoas deram com a cara na porta, fechada com cadeados, enquanto outras seis pessoas estavam dentro do clube até o fechamento desta edição. 

O imbróglio teve início após a Prefeitura de São Caetano alegar que a maioria dos moradores do Di Thiene, e que estavam vivendo no CRE, acabou por ir embora por conta própria e que não era mais possível manter o número reduzido de desabrigados dentro do imóvel. No início, cerca de 60 famílias estavam vivendo no clube e aguardavam atuação da Secretária de Habitação do Estado de São Paulo, que pretende iniciar construção de apartamentos para receber quem ficou desabrigado após o desabamento parcial do Edifício di Thiene, em 2018. O projeto, entretanto, se encontra em análise e a assinatura da execução da obra deverá acontecer no fim deste ano.

Em junho, a Prefeitura de São Caetano se prontificou a efetuar até dezembro o pagamento de um auxílio emergencial no valor de R$ 400 às 136 famílias que moravam no Di Thiene. A partir de 2022, com a assinatura do convênio para construção das unidades habitacionais, o governo do Estado iria bancar auxílio-aluguel de R$ 400 aos moradores até a entrega dos apartamentos. 

“Judicialmente a Prefeitura nem poderia ter feito o que fez (fechar o CRE). As pessoas saíram porque têm de trabalhar, porque têm seus compromissos, ir ao médico. Nossos advogados já entraram em contato com o juiz para falar que a Prefeitura não está cumprindo a ordem judicial. Então vamos passar a noite do lado de fora”, declarou Leandro Gomes Gontijo, 38 anos, um dos representantes dos moradores. 

No início de junho, o juiz Thiago Elias Massad, de Santo André, atendeu a pedido de tutela antecipada da Defensoria Pública do Estado de São Paulo e determinou que a Prefeitura de São Caetano acolha os moradores, o que foi feito no CRE, depois de o grupo invadir o Cras (Centro de Referência de Assistência Social) Heloísa Pamplona, também no bairro Fundação. 

Em nota, a Prefeitura esclareceu que, segundo monitoramento diário do abrigo montado no CRE, a administração constatou que, desde segunda-feira, apenas quatro das 60 pessoas que invadiram o local em junho permaneciam abrigadas. As demais deixaram o espaço por livre e espontânea vontade, não retornando para dormir.




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