No dia em que a greve nacional dos docentes de instituições federais completa dois meses, as universidades da região realizam primeira assembleia para votar proposta apresentada pelo governo na sexta-feira. Na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), a reunião acontece às 11h no campus São Paulo, enquanto na UFABC (Universidade Federal do ABC) o encontro está marcado para as 10h, no campus Santo André.

Na visão da presidente da Adunifesp (Associação dos Docentes da Unifesp), Virgínia Junqueira, os professores estão com medo de que a carta de intenções apresentada pelo Ministério do Planejamento ao Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior) não seja colocada em prática. "Além de não estar sob forma de projeto de lei, por tudo o que vimos até agora estamos receosos."

O calendário das 92 instituições federais de ensino prevê assembleia para avaliar o documento. Depois disso, cada uma das universidades encaminhará representante para votação no comando de greve, em Brasília.

A proposta do Ministério do Planejamento é que o plano, que reduz de 17 para 13 os níveis de carreira, passe a vigorar em 2013. Com isso, os docentes federais de nível superior terão reajustes salariais, além dos 4% concedidos pela MP (Medida Provisória) 568 retroativos a março, ao longo dos próximos três anos. Para o Andes, o documento apresentado não recompõe as perdas inflacionárias dos salários de grande parte da categoria, além de reforçar a descaracterização da remuneração por titulação.

Na região, a greve dura 60 dias na Unifesp Diadema e 42 dias na UFABC.