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Milena e Ícaro são favoritos no taekwondo na Olimpíada

Dupla de São Caetano chega a Tóquio com possibilidade real de subir ao pódio

Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
19/07/2021 | 00:01
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CBTKD/ Divulgação


O Grande ABC pode até não mandar tantos atletas quanto em outras edições dos Jogos Olímpicos, mas alguns dos que estarão em ação em Tóquio a partir desta semana têm chances reais de subir ao pódio, casos estes da dupla do taekwondo de São Caetano Milena Titoneli e Ícaro Miguel. Ambos já estão no Japão, onde chegaram após conquistas em competições no México. No Pan, os dois faturaram o ouro. Já no Open, a lutadora foi campeã e o lutador, vice.

Número 1 do ranking mundial até 87kg (mas lutará na categoria até 80kg), Ícaro Miguel, 24 anos, tem uma daquelas histórias de superação. Quando ele tinha 6, sua mãe foi aplicar colírio no garoto, confundiu os frascos e pingou amônia em um de seus olhos. Resultado: perdeu 90% da visão direita. Porém, tal fato não o impediu de se desenvolver a ponto de ser um dos melhores do planeta. Medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de Lima, vice-campeão mundial e vice-campeão sul-americano, ele realizará o sonho de competir em uma edição de Jogos Olímpicos com a expectativa de subir um degrau a mais, o mais alto do pódio.

"Trabalhei a minha vida toda para estar na Olimpíada. E, quando mais se aproxima da data, mais aumenta a vontade de estar logo lá, de acontecer”, afirmou o lutador, que teve a oportunidade de voltar a enxergar normalmente. Porém, tal escolha o afastaria dos tatames. “O médico falou que se eu fizesse o transplante não poderia lutar mais. Não pensei duas vezes. Estou colhendo o resultado e faria tudo de novo”, contou.

Ícaro, juntamente de outros atletas de São Caetano, passou a maior parte do tempo neste período de pandemia – que fechou os centros de treinamentos – em chácaras alugadas pela equipe são-caetanense, no Interior, onde pôde dar sequência às atividades visando Tóquio sob comando do treinador são-caetanense e da Seleção Brasileira, Clayton dos Santos. Além destes locais isolados, ainda teve a oportunidade de ficar em Belgrado, na Sérvia, junto dos colegas que representam o Brasil, incluindo Milena Titoneli, 22.

A taekwondista (da categoria até 67kg, na qual é oitava do ranking mundial), aliás, iniciou a carreira no PEC (Programa Esportivo Comunitário) de São Caetano, aos 13 anos, depois de encontrar na modalidade uma alternativa de prática esportiva contra o ganho de peso na adolescência. Ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima, em 2019, e bronze no Mundial (2018), espera poder estar mais uma vez entre as medalhistas em sua primeira oportunidade olímpica para, quem sabe, repetir o que fez uma de suas maiores inspirações no esporte, caso de Natália Falavigna, bronze em Pequim-2008. “Quero aquilo para mim também”, afirmou. 




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