Setecidades Titulo Três dias depois do caso
Casa de família agredida por
PMs é alvejada em Sto.André

Portão e carro foram atingidos por pelo menos cinco disparos; Polícia Civil investiga o ataque

Da Redação
Do Diário do Grande ABC
30/08/2021 | 10:50
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Matheus Moreira/ DGABC


Atualizada às 22h

A casa da família que foi agredida por PMs (Policiais Militares) na última sexta-feira durante uma abordagem, no bairro Sacadura Cabra, em Santo André, foi atingida por pelo menos cinco tiros, durante a madrugada de ontem. Os disparos perfuraram o portão e o carro que estava na garagem. Ninguém ficou ferido. 

A Polícia Civil agora investiga o ataque e tenta identificar os responsáveis pelos disparos, que fugiram, e até o fechamento desta edição, não foram localizados. O caso foi registrado pelas vítimas como ameaça e disparo de arma de fogo no 1º DP (Centro) da cidade.

Em nota, a SSP (Secretaria de Segurança Pública) declarou que uma das vítimas foi ouvida e passou detalhes do ocorrido. “Foi realizada perícia no local. Diligências estão em andamento para localizar imagens e testemunhas que auxiliem na identificação dos autores e esclarecer os fatos”.

Para Aparecida Camilo, parente da família, o medo tomou conta de toda a vizinhança. “São meninos bons, trabalhadores. Sempre trabalharam, desde cedo. O pessoal da rua conhece (eles). Agora que aconteceu isso, a gente fica assustado e indignado, como vamos sair na rua assim?”, questionou.

Uma vizinha da família, que por medo preferiu não se identificar, confessou que está com medo de morar no local. “Conheço eles desde pequenos, como eles vão viver agora? Como vamos sair na rua? Dá muito medo”, lamentou. A moradora comentou ainda que ouviu os disparos durante a madrugada. “Primeiro o pessoal apanha (da polícia) e agora tem esses tiros. A gente só ouviu os barulhos”, completou. 

O advogado especialista em direitos humanos e segurança pública, presidente do Grupo Tortura Nunca Mais e integrante do Instituto Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, Ariel de Castro Alves disse que a família sofreu retaliação. “Esse ataque na casa das vítimas é uma afronta à própria Justiça Militar e a corregedoria da PM, frisou. O especialista encaminhou o caso na semana passada à ouvidoria da PM. 

O CASO 

Na sexta-feira, os policiais Omar Ali Vidichosqui Abou Amchi, Robson Sebastião Santa Cruz da Silva, Flavio Paulo Silva, Kleber da Silva Rocha, Leandro Dericio e Paula Criastiane Alvez Brovine, participaram de abordagem violenta na Rua Recife, no bairro Sacadura Cabral, no município andreense. A ação, registrada em vídeo filmado por vizinhos, mostra os policiais agredindo um homem e outras pessoas da mesma família que se aproximaram das viaturas. Durante abordagem, os agentes chegaram a usar arma de choque para imobilizar o indivíduo, que supostamente resistia à prisão. A ação causou reação nos parentes do homem, que também foram agredidos pelos agentes da corporação do 10º BPMM (Batalhão de Polícia Militar Metropolitano).

A Polícia Judiciária Militar afastou os sete agentes na sexta-feira e quatro deles estão presos desde sábado. Os demais seguem impedidos de trabalhar até o fim da investigação por meio de inquérito.




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