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A indústria nascente O papel da região. As marcas que nos descobriram

Na história da economia nacional, o Grande ABC marcou posições em várias fases e em diferentes situações e geografias

Ademir Medici
Do Diário do Grande ABC
07/01/2022 | 05:37
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“Em verdade, começa-se a compreender que o futuro da indústria nacional está no mercado interno, cujo aproveitamento por métodos de moderna economia, orientada pelas necessidades e possibilidades dos consumidores, mal se tem início no Brasil”. Cf. ‘O Estado de S. Paulo’, Notas e Informações, 1-1- 1957.

O balanço feito pelo “Estadão” sobre o desenvolvimento industrial brasileiro em 1956 não citava, especificamente, o Grande ABC.

À época, a região se organizava, politicoadministrativamente. Havia o ABC. Mauá e Ribeirão Pires estavam nascendo como municípios autônomos. Diadema e Rio Grande da Serra permaneciam como distritos.

O primeiro grande eixo industrial da região foi a linha Santo André a São Caetano, no Vale do Tamanduateí, cortado pela estrada de ferro.

A Via Anchieta diversificaria o parque industrial da região em direção a São Bernardo. Diadema se tornaria braço importante da indústria automobilística, enquanto Mauá ganharia em pioneirismo na indústria petroleira, com a Refinaria de Capuava.

Se o “Estadão” não citava o Grande ABC diretamente, seus anúncios, e os dos demais jornais – inclusive os jornais locais que antecederam o News Seller/Diário do Grande ABC – vinham demonstrando aspectos industriais da região desde a primeira metade do século passado.

A região ganhou sua primeira montadora de veículos nos anos 1920, a General Motors, de São Caetano. Outras duas montadoras chegariam com a Via Anchieta, a Varam Motores – que até montou a BMW, “as mais famosas motocicletas do mundo” - e a Brasmotor, montadora, entre outras marcas, dos caminhões Fargo.

Fica a dica aos pesquisadores: observem os anúncios da imprensa escrita de todos os tempos, e descubram outros cenários da formação industrial do Grande ABC. “Memória” tem recortado outros exemplos, que aos poucos serão publicados.

DIÁRIO HÁ MEIO SÉCULO
Sexta-feira, 7 de janeiro de 1972 – edição 1734

MANCHETE – Documentos revelam: Estados Unidos temem que os japoneses se aproximem da China.

SANTO ANDRÉ – Na favela, a eterna pobreza do amanhã. Multiplicavam-se os barracos na Vila Príncipe de Gales, atrás do chamado Núcleo Universitário do ABC.

RIO GRANDE DA SERRA – Os moradores da Vila Suzuki pedem a extensão da energia elétrica às residências do bairro.

LITERATURA – ‘Galeria da Solidão’, o novo livro do advogado Antonio Possidonio Sampaio, de Santo André. Escrevia Serafim Vicente: “O primeiro livro do autor, ‘A Arte da Paquera’, encontra-se totalmente esgotado e recebeu as melhores referências da crítica especializada”.

HOJE

Dia do Leitor

Em 7 de janeiro de...
1882 – O dr. Manuel Marcondes de Moura Costa, vicepresidente, assume o governo da Província de São Paulo. À época, a região era distrito da Capital, com o nome de Freguesia de São Bernardo.

1957 – Finalizado o Campeonato Paulista, o São Bento, de São Caetano, realiza amistoso no Canindé e perde por 2 a 0 da Portuguesa de Desportos. Antes do jogo foi homenageado o aleta português Manuel Faria, vencedor da São Silvestre de 1956.

1962 – A Câmara de Santo André cassa o mandato do prefeito Oswaldo Gimenez: é o primeiro caso de impeachment no Brasil.

1977 – Sociedade Cultural Ítalo-Brasileira inicia ciclo de filmes italianos com “La Romana”, dirigido por Vitório de Cicca. Declarava o presidente César Lucchesi, da Società: será o primeiro filme de uma série a ser apresentada todas as segundas-feiras, filmes conseguidos pelo representante do cônsul em Santo André, Dante Gerodetti.

1982 - Fundação do Museu Afro-Brasileiro, em Salvador.

1987 – Manchete do Diário: Empresários temem prejuízo na indústria. A repórter Marli Romanini mostrava que a necessidade de realinhamento de preços no setor era urgente.

Fortes chuvas provocam enchentes na região.

1992 – Diário há 30 anos:
O Hospital Municipal de Diadema, no prédio que pertencia ao Samcil até 1990, em Piraporinha, foi inaugurado ontem (6-1-1992), com os primeiros 58 leitos em funcionamento e uma equipe de 550 funcionários.

 “Saudade” foi a palavra mais pronunciada ontem (6-1- 1992) durante o vôo de despedida dos aviões Eletra II, da Varig, que por quase 20 anos transportaram passageiros na Ponte Aérea Rio-São Paulo. Os repórteres Liane Uechi (texto) e Leonardo Colosso (fotos) participaram da viagem, e o Banco de Dados do
Diário guarda belíssimas fotos da cobertura.

SANTOS DO DIA
Maria Tereza do Sagrado Coração
Luciano de Antioquia
Raimundo de Penafort

Falecimentos 

Santo André

Maria de Lourdes Zoppei Merlo, 93. Natural de Santa Cruz das Palmeiras (São Paulo). Residia na Vila Gilda, em Santo André. Dia 4. Jardim da Colina.

Maura das Neves Souza, 93. Natural do Estado da Bahia. Residia no Jardim Santo André, em Santo André. Pensionista. Dia 3. Cemitério Nossa Senhora do Carmo, Curuçá.

São Bernardo

Maria Anna Rossi Lenzarini, 93. Natural da Itália. Residia no Jardim Wallace Simonsen, em São Bernardo. Dia 2. Jardim da Colina.

Elói de Souza Barbosa, 91. Natura de Surubim (Pernambuco). Residia no bairro Santa Terezinha, em São Bernardo. Dia 2. Memorial Phoenix.

Waldemar Domingos da Silva, 84. Natural de São Bernardo. Residia no bairro Rio Grande, em São Bernardo. Dia 30. Cemitério de Vila Euclides.

São Caetano

Claudio Justo Latorre, 89. Natural de Jaú (São Paulo). Residia no bairro Barcelona, em São Caetano. Dia 2. Cemitério da Saudade, bairro Cerâmica.

José Bongiorno Netto, 84. Natural de Jaguariúna (São Paulo). Residia no bairro Boa Vista, em São Caetano. Dia 3. Cemitério da Saudade, bairro Cerâmica.

Diadema

Laura Maria Siqueira Medeiros, 89. Natural de Jacareí (São Paulo). Residia no bairro Eldorado. Dia 3. Vale da Paz.

Francisca Pedroso de Campos, 87. Natural de São Paulo, Capital. Residia na Vila São Pedro. Dia 4, em Diadema. Cemitério Campo Grande, em Santo Amaro, Capital.

Mauá

José Alves Neto, 86. Natural de Santo Antonio da platina (Paraná). Residia no Parque Bandeirantes, em Mauá. Dia 2, em São Bernardo. Cemitério Santa Lídia.

Ribeirão Pires

Lázaro Laureano Rodrigues, 83. Natural de Itaí (São Paulo). Residia na Vila Maracá, em Ribeirão Pires. Dia 26. Cemitério São José.

Maria de Lima dos Santos, 81. Natural de Mogi das Cruzes (São Paulo). Residia na Vila Bocaina, em Ribeirão Pires. Dia 22. Cemitério São José.
 




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