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Escolas sofrem com ausência de repasses

Unidades municipais e conveniadas com a Prefeitura de Ribeirão Pires trabalham sem recursos

Vanessa de Oliveira
do Diário do Grande ABC
04/11/2016 | 07:07
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Celso Luiz/DGABC


Unidades educacionais conveniadas com a Prefeitura de Ribeirão Pires têm sofrido com o atraso de repasse das verbas que lhe são de direito para a prestação de serviços no atendimento às crianças. A situação ameaça a qualidade e continuidade dos trabalhos, preocupando os pais.

Maria Lilian de Andrade Ferreira, 35 anos, é mãe de dois filhos, de 5 e 2 anos e meio, atendidos na creche Estância Delfis, no Jardim Panorama, que mantém convênio com a administração municipal. Desde o início do ano, a direção do equipamento tem informado sobre a situação, por meio de bilhetes fixados nas agendas dos alunos.

No recado mais recente, no fim do último mês, a creche ressaltava que os repasses ainda não haviam sido regularizados e já estavam com 26 dias de atraso. “Como já esclarecido anteriormente, tais atrasos prejudicam nossas atividades e podem vir a comprometer nosso funcionamento regular”, avisa o recado enviado aos pais. Em outros informes, a escola chegou, inclusive, a mencionar que as aulas seriam suspensas até que o pagamento fosse regularizado.

“Já recebemos três ou quatro bilhetes desses neste ano. No ano passado tinha acontecido, mas foi só uma vez. A escola tem sido bem transparente e mantido a gente informado que a qualquer momento vão ter que parar por conta da falta desse repasse, pois não vão conseguir dar continuidade com a qualidade do serviço que eles oferecem”, conta Maria Lilian.

Funcionários da escola confirmaram a situação ao Diário, mas preferiram não passar detalhes, com medo de represália. “É uma escola muito boa e ficamos tristes de saber que corre o risco de terem que parar as atividades até que aconteçam esses repasses. Eu fico bem preocupada com isso, pois, se tiver que tirá-los daqui, não há vagas nas creches municipais”, lamenta Maria Lilian.

As escolas mantidas pela cidade passam por situação parecida. Há duas semanas, a secretária municipal de Educação, Inclusão e Tecnologia, Dalva dos Reis Sensato, se reuniu com os diretores das escolas para anunciar que não será mais repassada verba às unidades, devido à falta de recursos. “As escolas que segurem o que têm, aliás, nada, porque neste ano a Prefeitura não disponibilizou nada. Produtos de limpeza e papel higiênico estão por conta das escolas”, fala uma funcionária da Escola Municipal Professor Sebastião Vayego de Carvalho, localizada no bairro Ouro Fino, e que preferiu não se identificar.

“Temos uma cantina que supre nossas necessidades. Tiramos da arrecadação dela uns R$ 300, R$ 350 por semana e é o que mantêm a escola funcionando limpa. Na festa junina pedimos como prenda relâmpago papel higiênico e produtos de limpeza, foi o que nos salvou”, completa.

A Prefeitura de Ribeirão Pires foi procurada para comentar os casos, mas não se pronunciou até o fechamento desta edição. 




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