Funcionários da fábrica de ferramentas elétricas lutam para que a empresa reveja a decisão do fechamento
Depois da notícia do fechamento da planta de São Bernardo da Makita, fabricante de ferramentas elétricas com matriz no Japão, os 315 funcionários ainda buscam alternativas para que a empresa reveja essa decisão.
"A ideia é lutar para que a empresa reveja a atitude precipitada e nos deixe retornar ao trabalho. Afinal, há uma série de medidas que podem ser tomadas antes de um anúncio de fechamento. Queremos ter a chance de tentar", destacou Cláudio Miranda, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e demitido da Makita.
Ontem, inúmeros políticos compareceram à sede da empresa para conversar com os funcionários, que estão acampados no local desde sexta-feira. O prefeito da cidade, Luiz Marinho, era aguardado, mas não compareceu. "Ele teve outro compromisso e remarcou a visita para terça-feira", explicou Miranda.
Os trabalhadores se disseram surpresos. "Neste ano a empresa registrou recordes de produção, com 126 mil unidades em julho e, de repente, anuncia que está fechando as portas. É doloroso saber que se dedicou uma vida inteira para isso", desabafou o sindicalista.
Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre, a situação dos funcionários da fabricante é complicada. "Já tivemos casos de empresas que deixaram a região, mas nunca vi nada do tipo. Sempre estivemos abertos para negociar e achamos isso uma falta de respeito. Esperamos que a empresa coloque a mão na consciência e reveja a postura."
A advogada da Makita, Karla Bernardo, afirmou que a decisão é irrevogável e que os trabalhadores, colocados de licença remunerada até outubro, terão a rescisão acertada no dia 9.
Químicos param duas horas em protesto contra demissões
O Sindicato dos Químicos do ABC e o Sindicato dos Químicos Unificados de Osasco e Região realizaram ato de protesto, com duas horas de atraso na entrada do turno da manhã, contra a demissão de 35 trabalhadores na empresa Boainain, produtora de solventes e tintas em São Bernardo.
Recentemente, a empresa demitiu 85 trabalhadores da unidade de Jandira, interior do Estado. Nos dois casos, entre os demitidos encontram-se cipeiros, dirigentes sindicais e trabalhadores sob tratamento médico por motivos ocupacionais.
O diretor do Sindicato dos Químicos do ABC, Antonio Odésio, explica que a empresa se negou a abrir diálogo sobre as demissões com os dois sindicatos. "Em conversas informais, soubemos que a Boainain entrou com pedido de recuperação judicial - a antiga concordata - na nona vara civil de São Bernardo", lamenta. (Da Redação)
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