Autoridades chinesas afirmaram ontem que pessoas de todo o mundo foram enganadas por um esquema de vendas pela internet de ingressos falsificados para a Olimpíada de Pequim.

O COI (Comitê Olímpico Internacional) adotou medidas para fechar os sites envolvidos no esquema, mas os trâmites foram tomados tarde demais para que as vítimas consigam novos ingressos ou o ressarcimento dos mesmos. Entre os muitos prejudicados estão famílias de atletas da Nova Zelândia e Austrália, além de pessoas nos EUA, Japão, Noruega, China e Grã-Bretanha.

"Não podemos aceitar que as pessoas paguem e fiquem sem ingressos. Devíamos ter redobrado o cuidado com o assunto. E realmente não sabemos o que fazer para chegar a uma conclusão plausível", afirmou Gerhard Heiberg, membro da diretoria do COI.

Um advogado americano afirmou ter perdido US$ 12 mil (cerca de R$ 19 mil) com a fraude e agora acusa o COI de ser complacente.

"Eles sabiam desses sites há meses e não fizeram absolutamente nada. Agora, às vésperas de começar as competições, não teremos como tomar as providências necessárias", afirmou Jim Moriarty, membro de um escritório de advocacia de Houston que tenta representar as vítimas em eventuais ações.

Apesar do processo aberto pelo COI, um dos sites acusados (www.beijingticketing.com) continuava a funcionar durante todo dia de ontem, oferecendo cadeiras para vários eventos, entre eles a cerimônia de abertura, por até US$ 2.150 (R$ 3.350). No site há dois números de telefone, um de Londres e um de Phoenix, nos Estados Unidos.

IMPRENSA LIVRE - O COI também informou ontem que pediu aos organizadores dos Jogos Olímpicos que a imprensa tenha "total acesso possível para informar sobre a competição". O COI garantiu que não havia qualquer tipo de acordo para aceitar as restrições estipuladas pelos chineses.