Eleito para a presidência do Vasco, Eurico Miranda conseguiu convencer a maioria dos clubes da primeira divisão do Campeonato Carioca a tabelar o preço dos ingressos do torneio, com entradas expressivamente mais baratas do que as praticadas no Brasileirão. Fluminense e Flamengo se sentiram prejudicados, porque os valores não cobrem os custos de operação do Maracanã.
A Ferj, presidida por Rubens Lopes, eterno aliado de Eurico Miranda, saiu em defesa do Vasco e irritou ainda mais a Fla e Flu, que criticam a "postura ditatorial" da entidade. Os clubes criticam o tabelamento de ingressos e o fim do "mando de campo". No Carioca, é a Ferj quem decide onde acontecem as partidas. Para as diretorias tricolor e rubro-negra, a federação "atenta contra a saúde financeira dos seus filiados".
No comunicado conjunto desta sexta-feira, Flamengo e Fluminense criticam a proposta da Ferj de criar "um dito Programa Sócio-Torcedor de Futebol do Estado do Rio de Janeiro". "Isto nos leva a supor que se trata de uma tentativa de destruir valor dos programas Sócio-Torcedor de seus filiados, buscando se apropriar, cada vez mais, dos ativos dos clubes, como já vem fazendo com as receitas de bilheteria, as cotas de televisão e a totalidade das receitas proveniente das placas publicitárias nos estádios", escrevem.
O texto não cita explicitamente o Vasco, mas faz referência à relação entre Rubinho e Eurico ao citar os "parceiros íntimos" do presidente da Ferj. Flamengo e Fluminense, rivais históricos, ainda argumentam que somam 70% dos torcedores do Estado e que ganharam mais da metade dos títulos disputados desde 1906.
"A manifestação de Flamengo e Fluminense se dá pelo direito de praticar preços compatíveis com os custos de operação de seus jogos e de garantir conforto de suas torcida, em seu estádio. Reiteramos que vamos defender esse direito e que buscaremos na Justiça a reparação das perdas que certamente teremos", garantem os clubes, que ainda culpam a Ferj pelo "evidente empobrecimento técnico e financeiro do nosso futebol (do Rio)".
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