A melhoria nos índices da educação fundamental começa bem antes da 1ª série. As Prefeituras de São Bernardo e Santo André, que agregam o maior número de estudantes da região, afirmam que investimentos no ciclo infantil são prioridade a curto prazo.
Em São Bernardo, o déficit na educação infantil, de zero a 6 anos, passa de 8 mil vagas. Em Santo André, beira os 4 mil.
O secretário de Ações Voltadas à Comunidade de São Bernardo, Admir Ferro, afirma que neste ano 19 novas escolas serão entregues, o que representará mais 6 mil vagas para os alunos até 6 anos. “Em 2008, esperamos que o problema de falta de vagas tenha sido totalmente superado.”
Ele reconhece que o contato tardio das crianças com a educação prejudica o processo de alfabetização. “É claro que o quanto antes ingressarem na escola, é melhor.”
Entre os 13 pontos do PDE (Programa de Desenvolvimento da Educação), anunciado no início da semana pelo governo federal, está a realização da Provinha Brasil. Alunos dos primeiros anos do fundamental serão avaliados; a meta é universalizar a alfabetização de crianças com até 8 anos em 2010.
Em Santo André, o objetivo é zerar o déficit antes do término do atual mandato. “Estamos construindo cinco creches. A nossa prioridade até o final de 2008 é atender todas as crianças de até 5 anos. A rede municipal já inclui as de 6 anos porque já implementamos o ensino fundamental de nove anos”, afirma a secretária da Educação, Cleuza Repulho.
Mauá tem só uma escola municipal de ensino fundamental. Teve o desempenho mais baixo da região em educação de 1ª a 4ª séries: tirou 3,8 no Ideb. A cidade está entre as piores do Estado. Pelas projeções do MEC (Ministério da Educação), o município deve sair do vermelho e passar da nota 5 em 2015. Atingir a média 6, só daqui a 15 anos.
A secretária da Educação Angela Donatiello não quis comentar a avaliação. Antes dos números do Ideb serem divulgados, ela concedeu entrevista à reportagem e disse que a Prefeitura concentra esforços na reformulação total da educação infantil.
Consultores especializados elaboraram uma proposta curricular para o município. A idéia, explicou a secretária, é substituir a cultura do “cuidar” pela de “educar” nas escolas infantis.
“Antes, os nossos professores não tinham um olhar pedagógico. Ainda éramos assistencialistas. Aos poucos, estamos mudando o quadro e padronizando os procedimentos”, sustentou.
A cidade atende hoje 18 mil alunos nas creches e pré-escolas, em 36 unidades. O déficit, no entanto, representa cerca de 30% da rede: 6 mil não vão à escola por falta de vagas.
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