A banda gaúcha Cachorro Grande não esconde o entusiasmo por ter sido escalada para abrir os shows da turnê nacional do Oasis. Além de compartilharem os holofotes, os dois grupos têm as mesmas referências musicais: o movimento mod na década de 1960 e o triunvirato roqueiro formado por Beatles, Stones e The Who.

Apesar dos problemas técnicos enfrentados durante a apresentação na Arena Anhembi, os brasileiros conseguiram entreter a platéia, que saudou petardos como Você Não Sabe o que Perdeu e Sexperience. "Como estávamos tocando em ambiente aberto, aumentamos demais o volume e a válvula do amplificador da guitarra não aguentou", explica o vocalista Beto Bruno.

Fãs do Oasis, os integrantes têm de enfrentar o nervosismo antes de entrar em cena. "É uma das bandas que a gente mais admira e que, assim como nós, bebe na fonte do rock antigo. Até o momento em que piso no palco, estou uma pilha de nervos porque é uma p... responsa".

Ainda não ocorreu o encontro entre gaúchos e ingleses. "Não dá pra dizer se isso vai rolar. Eles são estrelas internacionais. No show que fizemos no Rio, ficaram em um cantinho do palco aplaudindo, mas com aquela pose típica deles."

Enquanto divulga o CD Todos os Tempos, o Cachorro Grande prepara o próximo disco de inéditas em Porto Alegre. Os músicos querem reproduzir o ambiente do lendário estúdio Abbey Road, em Londres, onde os fab four criavam seus clássicos.

Para isso, muitos equipamentos antigos foram alugados de colecionadores e as gravações serão feitas em rolo analógico de duas polegadas. Produzido por Rafael Ramos e previsto para chegar às lojas em junho, o álbum terá inovações na sonoridade do Cachorro Grande, com o uso de bandolins e cítaras.