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Minissérie resgata o universo intenso de Maysa
Thiago Mariano
Do Diário do Grande ABC
13/12/2008 | 07:00
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Ricardo Trida/DGABC


Maysa, 31 anos após sua morte, ressurge do ostracismo para retomar seu posto de diva. É o que parece indicar a minissérie global Maysa - Quando Fala o Coração, apresentada à imprensa anteontem, em São Paulo.

Com estréia prevista para o próximo dia 5, a produção de nove capítulos, com direção do filho da cantora, Jayme Monjardim, e de autoria de Manoel Carlos, aborda os 41 anos da vida intensa da mulher que desafiou os limites impostos pela sociedade, cantando sempre a importância do amor.

Foram oito meses de preparação do elenco, da equipe de produção e de composição do roteiro, somados com três meses de gravações, encerradas em outubro.

O elenco é majoritariamente composto por rostos novos na televisão, que já atuavam em teatro e cinema. O critério de escalação de todos priorizou a semelhança física com personagens da vida real de Maysa. Participam ainda do especial, André Matarazzo e Jayme Matarazzo, filhos de Monjardim, no papel do próprio diretor. O primeiro na infância e o segundo, na juventude.

O apuro na direção de fotografia de Affonso Beato, que trabalhou em filmes de Pedro Almodóvar e recentemente foi responsável pelo registro do longa A Rainha, e na direção de arte de Tiza de Oliveira, contribuíram para sofisticar o trabalho e compor a cenografia das décadas de 1950 a 1970, em um jogo de cores, detalhes e paisagens naturais que reforçam o estilo ‘Monjardim', utilizando casarões históricos e praias cariocas de locação.

Larissa Maciel, que estréia em rede nacional no papel da cantora, traçou um processo meticuloso de composição da personagem. "Foram meses com aulas de canto, fono e corpo. Além da caracterização, que foi dividida em seis fases diferentes da Maysa, e que demorava uma hora e 30 minutos para ficar pronta."

O material, gravado em alta definição, será editado em versão cinematográfica, para ser exibido, a princípio, em países por onde a cantora fez sucesso, como Portugal, Espanha, Itália e a maior parte da América Latina, chegando depois aos cinemas brasileiros.

Para Monjardim, a missão dupla de retratar uma das maiores cantoras do Brasil e de reviver a vida da mulher que era sua mãe, com quem sempre teve uma relação conturbada, foi também um processo de análise e compreensão de sua própria história.

"Me anestesiei para fazer esse trabalho. Agora que começo a me soltar, sinto um resgate emocional", comenta o diretor, que ressalta ainda a importância de trabalhar com o universo feminino, uma de suas especialidades, vide Chiquinha Gonzaga, A Casa das Sete Mulheres e Olga: "A mulher é mais importante que a cantora. Ser cantora é exterior. Ela usava a música para expressar a intensidade dos seus sentimentos", completa.

Manoel Carlos fez caminho inverso a Monjardim. "Minha preocupação em retratar essa história acabou no dia que acertamos a parceria no projeto. Tratei Maysa como a mulher que foi, sem pensar no parentesco dela com Jayme, com liberdade total."

E Larissa, que afirma ter criado uma relação de afetividade com a cantora "por dividirmos o mesmo espaço por tanto tempo", não saiu impune: "Aprendi com ela a intensidade de viver uma vida sem limitações", completa.

 




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