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Falsos profissionais chegam a 4.500 no Estado
09/08/2009 | 07:01
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Pelo menos 4.500 pessoas se passaram por profissionais no Estado de São Paulo, nos últimos 18 meses, e foram denunciadas pelos conselhos de classe. Os falsários aplicaram golpes como farmacêuticos, dentistas, fisioterapeutas, corretores de imóveis e advogados, causando danos à saúde e às finanças das vítimas.

Só na semana passada foram duas ocorrências no Crosp (Conselho Regional de Odontologia). No Crefito (Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional), houve 200 casos neste ano. O CRF-SP (Conselho Regional de Farmácia) está com 170 denúncias de falsos profissionais. O Creci (Conselho Regional de Corretores de Imóveis) identificou até junho 898 pseudocorretores - no ano passado, foram 2.156 golpistas. E a OAB-SP investiga cerca de 1.000 processos com leigos se passando por advogados.

Por toda São Paulo, é fácil ver placas de drenagem linfática. Mas só fisioterapeutas podem realizar o procedimento. "Se não for bem feita pode causar danos ou até levar à morte, dependendo do problema de saúde que o paciente tenha", garante Gil Lúcio Almeida, presidente do Crefito. Ele acrescenta que já ocorreram duas mortes na cidade em decorrência dessa massagem feita de modo errôneo.

Balconistas de farmácia se passando por farmacêuticos viraram alvos do CRF. "Essas pessoas atuam como profissionais, mas não têm o conhecimento técnico para exercer a profissão", avalia Raquel Rizz, presidente do órgão.

Caso semelhante ocorre com protéticos que se dizem dentistas. "O sujeito acha que tem conhecimento, mas não sabe o que está fazendo", diz o presidente do Crosp, Emil Adib Razuk. Ele explica que uma prótese mal ajustada pode até levar ao câncer de boca e uma extração sem a higiene necessária pode provocar em casos extremos a morte do paciente por septicemia.

Enquanto isso, a Comissão de Fiscalização e Defesa da Advocacia da OAB-SP não dá conta do grande número de processos envolvendo falsos advogados. "Ao contrário de outras profissões que precisam de equipamentos, o falso advogado só precisa estar bem vestido e ter boa lábia", conta o presidente, Maurício Scheinman.

A pena para o exercício irregular da profissão é irrisória, na avaliação do delegado José Roberto Arruda, da 2ª Delegacia de Repressão a Crimes Contra a Fé Pública. A pena vai de detenção de 15 dias a três meses ou multa. No caso de exercício ilegal para médicos, farmacêuticos e dentistas, a penalidade é de seis meses a dois anos detenção.

Na Câmara dos Deputados tramita um projeto de lei para tornar a pena mais dura para essas três categorias - de dois anos a seis anos de reclusão e multa. "E a pena também vale para os donos de estabelecimentos que contratarem essas pessoas", adianta o autor do projeto, o deputado Édio Lopes (PMDB-RR).




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