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Dois japoneses são mortos em assalto em S.Bernardo
Por Hugo Cilo
Do Diário do Grande ABC
21/06/2004 | 21:00
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Sogra e genro de origem japonesa foram mortos a tiros neste domingo, às 18h, na chácara onde moravam, na rua Paulo Lazzuri, número 120, no bairro Alvarenga, em São Bernardo. As vítimas Shigemi Akimaru, 73 anos, e sua sogra, Sueno Shirai, 81, eram pequenos agricultores que plantavam brotos de bambu há dez anos no local. Eles foram assassinados cada um com um tiro na cabeça. Os dois ainda foram levados para a UBS (Unidade Básica de Saúde) do Alvarenga, mas chegaram mortos. Até esta segunda à tarde, a polícia não tinha suspeitos do crime e trabalhava com a hipótese de assalto seguido de morte.

O crime foi cometido por dois homens chineses que chegaram de carro e renderam, além de genro e sogra, um casal de funcionários que trabalham na chácara. O funcionário Sezi Fuijki, 68 anos, natural de Campinas, e Aiko Furuhata Iwasa, 65, de Maringá, no Paraná, foram amarrados em um dos quartos, mas nada sofreram. A dona da casa e o genro foram levados para o outro quarto, onde foram mortos.

Em depoimento à polícia, Sezi contou que os dois assassinos falavam português fluentemente e que pediram dinheiro e a chave e o documento de um dos três carros que estava na chácara (uma Kombi, uma Saveiro e um Santana). O casal disse à polícia que ninguém reagiu em momento algum. Eles não souberam dizer se os chineses levaram alguma coisa. Sabem apenas que eles fugiram com o mesmo carro que chegaram (não conseguiram identificar nem a cor nem o modelo). Técnicos do Instituto de Criminalística da polícia foram até o local e não encontraram marcas de pneus em frente da chácara.

Nesta segunda à tarde, a polícia chamou para depor na delegacia os vizinhos da chácara, que são chineses. O primeiro a prestar depoimento foi Li Guiguang, o chinês mais próximo da família, que mora ao lado. Com a ajuda de um intérprete, já que Guiguang não fala português, o lavrador contou aos policiais que chegou a ver três pessoas orientais no bairro minutos antes dos disparos. Ele disse que jogava futebol em uma cooperativa no momento em que ouviu os disparos.

De acordo com o delegado Marco Antonio Paulo Santos, ainda não há indícios que levem aos assassinos. “Não consegui até agora elementos que incriminem alguém. O local do crime estava muito bagunçado e não encontramos vestígios dos bandidos”, explicou.

Segundo o delegado, no ano passado, dois filhos de Sueno morreram afogados e ela recebeu um seguro de vida, o que pode ter motivado o crime. “Acreditamos que a dona Sueno tinha dinheiro guardado em casa, como é costume em famílias japonesas.”

Sueno era viúva. Sua família se resumia à filha e ao genro, que moravam com ela. Nesta segunda, a filha cuidava do enterro do marido e da mãe – que deve ocorrer nesta terça no cemitério do Alvarenga. A polícia pretende ouvir a mulher nesta terça (o seu nome não foi fornecido), assim como outros vizinhos. Não está descartado o crime encomendado.




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