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Empresas apostam em pesquisa e inovação
11/01/2010 | 07:00
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Com a retomada dos investimentos após a crise, as empresas também estão tirando da gaveta projetos de inovação. Depois de redução no ritmo de contratação de financiamentos nas linhas para pesquisa e desenvolvimento, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) contrariou a expectativa de queda e fechou 2009 com liberações pouco acima do patamar de 2008, de R$ 573 milhões.

Já a Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) superou no ano passado R$ 900 milhões em operações de crédito, mais de 60% acima de 2008. Em 2010, projeta desembolso quase 80% maior, ou seja, R$ 1,6 bilhão.

Na transição de 2009 para 2010, grandes companhias anunciaram investimentos em centros de pesquisa e parcerias para desenvolver novos produtos e processos. Na semana passada, a General Eletric anunciou a criação de um novo centro de pesquisas no Brasil, o quinto no mundo e o primeiro na América Latina de uma das empresas que mais investem em P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) no mundo: US$ 6 bilhões por ano. O valor do investimento e o local do centro não foram definidos, mas ele deve sair do papel em 2011.

Multinacional brasileira, a Vale anunciou em dezembro a criação do seu instituto tecnológico e vai construir três centros de pesquisa no País. Ainda neste ano, a empresa contrata 50 cientistas e define terrenos e projetos dos centros que vai erguer em São Bernardo, Ouro Preto (MG) e Belém (PA). Em dois anos e meio, a Vale vai desembolsar R$ 72 milhões dos R$ 120 milhões do investimento total para os três centros, complementado por fundações de fomento dos Estados.

Depois de três anos de estudos, a mineradora criou o ITV (Instituto Tecnológico Vale) para dar coordenação às unidades de pesquisa da companhia, que planeja investir R$ 140 milhões neste ano em P&D. Além dos novos centros, o ITV vai promover a sinergia dos que a Vale já tem, como os pioneiros de Belo Horizonte, o Centro de Excelência em Logística inaugurado há duas semanas no Espírito Santo e o centro de pesquisas da Inco, no Canadá, herança da aquisição da subsidiária em 2006. Segundo Luiz Mello, diretor do ITV, a intenção da Vale é ter mais projetos de longo prazo que a empresa vinha deixando de lado diante da diversidade de interesses e áreas de atuação.

"Quando a pesquisa é descentralizada, a tendência é o foco ficar mais no curto prazo. A pressão da unidade de negócio é muito grande e falta tempo para pensar no futuro", explica Mello. Para ele, a pesquisa pode dar as soluções que a mineradora precisa para compatibilizar sua atividade com a crescente restrição da legislação ambiental no mundo. "Existe na Vale a consciência de que está em curso a mudança de uma economia de mercado para uma economia verde", diz.




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