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Mi(ni)stério da Educação

Alunos do Século XXI, professores do século XX e processos metodológicos...

Dgabc
24/07/2012 | 00:00
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Artigo

Alunos do Século XXI, professores do século XX e processos metodológicos do século XIX seriam a receita para um estado de ‘anarquia institucionalizada' de ações (ou não-ações) sob a égide do tema educação contemporânea. Contudo, com um toque de sabedoria e inovação um grupo de notáveis da Academia Brasileira de Ciências propôs um arcabouço para a Universidade do século XXI. Tal inspiração deu forma ao projeto pedagógico da Universidade Federal do ABC.

O ABC da jovem universidade carrega os genes das Ciências e das conquistas de lideranças regionais em meio às engrenagens da máquina sindicalista de lutas e greves que é o Grande ABC.

A greve na UFABC soma e compõe-se com as universidades federais paralisadas pelo País. Entretanto, enquanto a maioria das universidades estaria em recesso, a UFABC teria salas de aula repletas pelo seu regime quadrimestral.

Por esse motivo, na sexta-feira 13 (!) a comunidade universitária da UFABC aguardava a primeira proposta do governo para por termo à greve. A apresentação ocorria simultaneamente à entrevista coletiva dos ministros Mercadante e Belchior em outro ponto da Esplanada dos Ministérios, e surpreenderia até Samuel Beckett (dramaturgo e um dos pais do movimento minimalista). Ao preocupar-se em fazer uso de pouquíssimos elementos fundamentais como base de expressão e resumir décadas de problemática da Educação à uma única tabela de valores, o Governo deixou clara sua opção.

Não obstante a abertura de diálogo com o governo, uma reflexão trata dos motivos que levaram jovens doutores, cientistas aspirantes e servidores nesse modelo nascente de universidade à prática de ação tão ‘tradicional' de manifestação de inquietude e contraposição como o é uma greve.

Para não dizer que não falei da economia, a análise de dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) pode dar-nos uma pista desta consideração. Enquanto entusiastas do governo - como eu - afirmam que novos empregos têm sido criados nos últimos anos, evidencia-se que mais da metade dos novos postos de trabalho no País remuneram menos que dois salários mínimos. Portanto, são sub-empregos que, pode-se supor, prescindem do ensino superior. O mistério reside nesta aparente vocação do papel da Educação dada pelos Governos ao País nas últimas décadas.

Júlio Francisco Blumetti Facó é professor da UFABC.

Palavra do Leitor

Rodovias

Parabéns ao Diário pela importante reportagem sobre a ‘rodovia da morte', a Índio Tibiriçá. Uma vergonha para o governo do Estado, que não faz investimentos necessários para reduzir o número de acidentes e mortes. Não estamos falando da parte que cabe aos condutores que trafegam pela rodovia, que é a prudência, mas é necessário uma ampla campanha na região para evitar tais fatos. Nunca vi nenhum órgão do governo se manifestar e apresentar projeto de iluminação. Na extensão de 37 quilômetros não existe nenhum telefone de emergência ou veículos de resgate. Senhor governador Alckmin, responda. As famílias não aguentam mais ver seus entes queridos partirem ou ficarem mutilados nos acidentes.

Ailton Gomes

Ribeirão Pires

Perdoem-me

Que me desculpem os políticos, que me desculpe a maioria da Nação. Tomado por doença pulmonar obstrutiva crônica, aos 64 anos, não demora muito que eu venha despedir deste mundo. Desculpem-me todos pela vida ética, honesta e moral que levei. Desculpem-me por ter cumprido com as minhas obrigações cívicas. Pelas inúmeras vezes que recusei propina no meu trabalho por fornecedores que queriam levar vantagens. Pelas vezes que recusei aos meus chefes não embutir componentes nas listas de materiais para encarecer os produtos. Desculpem-me por não ter comprado atestados médicos para justificar faltas injustificáveis e não ter comprado recibos para sonegar o imposto de renda. Perdoem-me por não ter comprado a carteira de motorista, por não ter feito ‘gatos' na minha rede elétrica e nem na rede telefônica, tampouco de TVs a cabo. Perdoem-me as vezes em que votei em branco por não conseguir encontrar um candidato que merecesse meu voto. Não me cassem a cidadania brasileira, por favor. Apesar de tudo eu tive a honra e quero morrer brasileiro. Eu amo o meu País, apesar de vocês.

Nei Silveira de Almeida

Belo Horizonte (MG)

Segurança

São Paulo viu, nos últimos dias, policiais presos em flagrante por atirar contra um publicitário que corria com seu carro. E um italiano, chegado no dia anterior ao País, ser assassinado por assaltantes numa das principais avenidas da cidade. Isso sem falar de dezenas de outros acontecimentos e das execuções de policiais e ataques a unidades da PM. Resta-nos o sentimento de que a sociedade perdeu o elo da Segurança pública e precisamos recuperá-lo com toda pressa.

Dirceu Cardoso Gonçalves

Capital

Informação

A Lei de acesso à informação determinou a publicação dos salários dos Tribunais Superiores na internet. Ficou faltando a publicação do Anexo Único da Resolução nº 151, de 5 de Julho de 2012, em que consta o detalhamento da folha de pagamento de pessoal, tais como remuneração, vantagens pessoais, subsídios, indenizações, vantagens eventuais etc. Sem esses penduricalhos ninguém saberá o valor real que cada um recebe. Em apenas um mês, em setembro de 2011, um único desembargador recebeu mais de R$ 642 mil. Publicar salário bruto e salário líquido é uma satisfação à sociedade que não passa de acesso para inglês ver.

Luciana Lins

Campinas (SP)

E Eles?

Nesta semana mais de 30 mil professores da rede estadual de ensino farão a prova de mérito para tentar conseguir um reajuste de salário de até 10% (segundo lei criada pelo governador Alckmin e aprovada pelos senhores deputados estaduais). Gostaria de saber se e quando o governador, o secretário da Educação, os deputados e seus auxiliares ocupantes de cargos de confiança vão fazer provas para receber aumentos? Ou será que apenas os lacaios da Educação devem fazer prova para ter reajuste? Isto é o fim da picada e uma grande vergonha!

Renato Ribeiro

Santo André 




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