Cartas escritas pelo pai de Anne Frank, a adolescente judia cujo diário íntimo relata os meses passados em um esconderijo para escapar da perseguição nazista, foram descobertas nos Estados Unidos e serão publicadas em fevereiro, noticiou nesta quinta-feira a revista Time.

Otto Frank escreveu estas cartas em 1941, quando tentava desesperadamente tirar sua família de Amsterdã, ocupada pelos nazistas, antes de decidir finalmente esconder os seus, entre os quais sua filha, Anne, no anexo de sua empresa, durante quase dois anos, até serem delatados.

A família foi então deportada para os campos de concentração nazistas de Auschwitz e Bergen-Belsen, onde Anne Frank, sua irmã, Margot, e sua mãe, Edith, morreram de doenças ou de fome.

Só Otto Frank sobreviveu e, ao voltar para Amsterdã, encontrou o diário da filha. Publicado pela primeira vez em 1947, "O Diário de Anne Frank" tornou-se um dos livros mais vendidos do mundo. Em 1959 foi feito um filme sobre sua história.

As aproximadamente 80 cartas de Otto Frank revelam suas tentativas de fugir com a família para a Espanha, e sua busca vã por ajuda para viajar para os Estados Unidos ou Cuba.

Os documentos foram descobertos há dois anos por um pesquisador do Instituto Yivo sobre pesquisas judaicas em Nova York. Mas as obrigações sobre os direitos autorais levaram a entidade a adiar a revelação sobre sua existência até agora. O instituto as divulgará em 14 de fevereiro, acrescentou a revista Time.