Reeleito para o terceiro mandato com 4.598 votos na coalizão que defendeu o deputado federal Alex Manente (PPS) nas urnas, Estevão Camolesi (PPS) anunciou ontem, ao Diário, que dará sustentação ao prefeito eleito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), principal rival de Alex no pleito municipal.

Camolesi alegou que a decisão tem como base “postura coerente” com seu histórico de antiPT na cidade. “Aguardei oito anos pelo momento em que o PT sairia do poder em São Bernardo. Tenho ideias, projetos, quero ajudar. Eu nunca participei de governo nenhum. Não quero perder o bonde da história”, afirmou Camolesi, dizendo que seu eleitor também é contra o PT.

Hoje popular-socialista, Camolesi se elegeu pela primeira vez em 2008, pelo PTdoB. Mudou para o PPS em 2011, a convite de Alex. Conquistou a primeira reeleição em 2012, pela oposição, e exerceu mandato na base contrária ao prefeito Luiz Marinho (PT). Segundo ele, apesar da disputa acirrada entre Morando e Alex no segundo turno em São Bernardo, “é hora de virar a página” e “pensar no bem da cidade”.

“Política é a arte do diálogo, de construir novas relações. Quero muito fazer pela cidade. Tenho projetos na área da Saúde, da Segurança Pública, na defesa dos animais. Além disso, tenho boa relação com os vereadores que farão base do Orlando, votei junto com eles, do PSDB, durante anos na Câmara. Seria incoerente da minha parte se fosse para a oposição neste momento.”

O parlamentar já se comprometeu, inclusive, a votar no candidato patrocinado pelo futuro governo à presidência da Câmara. Poucos são os nomes especulados, mas há dois que têm destaque interno: Pery Cartola (PSDB), mais votado da última eleição, e Hiroyuki Minami (PSDB), que presidiu o Legislativo entre 2011 e 2012 – Minami, porém, é cotado para assumir secretaria na próxima administração.

Camolesi assegurou que, de sua parte, não há crise com Alex por causa de sua posição política. “Conversamos na quinta-feira, o Alex e a bancada (Julinho Fuzari e doutor Manuel Martins completam a lista de vereadores do PPS no município). Para mim ficou claro que teríamos liberdade (de posicionamento político). Minha decisão é individual. Se houver alguma crise será algo do lado de lá (de Alex).”