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Titãs encara ópera

Banda lança DVD ao vivo com espetáculo que reúne 25 composições inéditas

Miriam Gimenes
22/10/2018 | 07:56
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Silmara Ciuffa/Divulgação


A primeira ópera rock foi feita em 1969, pelo The Who. Em seu quarto álbum duplo de estúdio, Tommy, o quarteto britânico não só inaugurou o estilo como marcou a história do rock e dos musicais. E como se não bastasse isso, em 1975 esse enredo virou filme, com direito a elenco estrelado, entre os quais nomes como Elton John, Tina Turner, Eric Clapton, Oliver Reed e Jack Nicholson.

Dá para sentir, portanto, que este trabalho ecoa até hoje. Tanto que foi uma das principais inspirações para que o Titãs produzisse o DVD Doze Flores Amarelas – A Ópera Rock (Ao Vivo em São Paulo), que acaba de ser lançado (Universal Music, R$ 40). Depois de 36 anos de carreira, 14 discos de estúdio e mais de 7 milhões de álbuns vendidos, a banda achou que era o momento de entregar este trabalho para o público.

“É um projeto que já tínhamos vontade de fazer, diferente de tudo que já produzimos. Além da admiração que a gente tem pelo Tommy, do The Who, achávamos esse formato uma coisa desafiadora, um álbum que contasse uma história e que as músicas se relacionassem”, diz Branco Mello.

A montagem, que começou a ser pensada há três anos, foi concebida por Branco, Sergio Britto e Tony Bellotto, que também assinam a direção artística do espetáculo. A direção geral é de Hugo Possolo e Otávio Juliano. O texto é assinado também pelo escritor Marcelo Rubens Paiva.

A história que é contada no palco – ao som de 25 músicas inéditas, com projeções e encenação, que faz com que os músicos se transformem em atores – é a das três Marias, que resolvem contar com a tecnologia, um aplicativo de relacionamentos de nome Facilitador, para aproveitarem melhor uma festa. O artifício dá errado e elas acabam sendo violentadas por cinco garotos. Recorrem novamente ao mesmo aplicativo para tentar consertar a situação e este sugere a magia das 12 flores amarelas, que batiza o espetáculo.

Além dos três músicos, a ópera também conta com a participação do baterista Mario Fabre, o guitarrista Beto Lee e três vocalistas, Corina Sabbas, Cyntia Mendes e Yas Werneck, que fazem as três Marias.

Branco ressalta que o enredo retrata temas contemporâneos. “O nosso disco Nheengatu (2014) já falava sobre violência contra a mulher, pedofilia, racismo. Esse trabalho focou mais na violência contra a mulher, mas também fala sobre drogas, sobre o machismo. É uma história que passa por temas espinhosos e atuais.” Entre as canções que estão no DVD, algumas com pegada punk, de jazz, pop e soul, estão Weird Sisters, A Festa, Hoje, Canção da Vingança, Personal Hater, De Janeiro a Dezembro, Não Sei e Me Chamem de Veneno, Fim de Festa, Doze Flores Amarelas, Ele Morreu, Pacto de Sangue, É Você e Sei que Seremos, entre outras. “A sonoridade é coesa, há uma unidade titânica”, resume Sergio Britto.  




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