Falta um ano para a campanha eleitoral, mas a unidade interna no PT de Mauá ainda parece distante. O cenário ficou mais apimentado após declarações do secretário de Governo do prefeito Donisete Braga, Edílson de Paula, cobrando coerência do antecessor, Oswaldo Dias, para desistir da candidatura do vereador José Luiz Cassimiro a deputado estadual. O ex-gestor municipal rebateu o correligionário e, em seguida, emendou: “Ele fala muito”.

Essa divergência no petismo ganhou impulso depois de Edílson avaliar que Oswaldo tem postura incoerente com seu passado como prefeito. O secretário alega que o grupo do ex-chefe do Executivo deveria fechar com a dobrada do PT patrocinada pelo governo. A cúpula de Donisete apoiará o secretário de Mobilidade Urbana, Paulo Eugenio Pereira Júnior, à Assembleia Legislativa e outro postulante para a Câmara dos Deputados.

Oswaldo criticou o secretário por tratar o assunto de forma pública e não internamente no PT. Em seguida, o ex-prefeito não mostrou papas na língua para rebatê-lo. “A candidatura do Cassimiro vem da vontade de um conjunto de companheiros. Meu diálogo se dá com prefeito (Donisete). Então, ele (Edílson) perdeu a oportunidade de ficar calado. Mas acho que é próprio dele, fala muito.”

Oswaldo nega que nos três mandatos como prefeito (1997 a 2000, 2001 a 2004 e 2009 a 2012) tenha apoiado somente uma dobrada do PT de Mauá nos pleitos para deputados estadual e federal. Como argumento, ele cita a eleição de 1998, quando colaborou com Donisete e o vereador Wagner Rubinelli para a Assembleia. “Tratei igualmente as candidaturas. Então, não procede essa afirmação (do Edílson).”

Entretanto, o cenário de 1998 reforça uma argumentação de Edílson: duas candidaturas a deputado estadual pelo PT mauaense têm dificuldades de sucesso. Na ocasião, Donisete angariou 28.739 votos, enquanto Rubinelli teve o apoio de 27.582 eleitores. Donisete, como suplente, somente foi ao Legislativo estadual em 2001, com a renúncia de José de Filippi Júnior (PT), eleito prefeito de Diadema no ano anterior.