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Elenco segura desfecho considerado tolo
24/12/2010 | 09:03
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Quase bom - será que existe a categoria? Deixando de lado especulações tolas, O Bom Coração, de Dagur Kani, possui qualidades que não passam despercebidas. A maior é justamente o trabalho do diretor islandês com o elenco, em especial os protagonistas: Brian Cox e Paul Dano. De alguma forma, o duo bate na tela como confronto geracional - dos personagens como dos atores. O Bom Coração é belo e triste. O que prejudica é o desfecho, tolo - ou improvável?

O título estabelece duplo sentido como o espectador não tarda a descobrir. O personagem de Dano tem bom coração, no sentido de ser intrinsecamente bom, mas ele também é saudável. Isso é importante porque Dano e Cox se conhecem no hospital, onde o outro se recupera de ataque do coração. Cox possui bar de alcoólicos anônimos e terminais. Para ele e seus seguidores, não existe volta. Todos têm o projeto de beber até morrer. Dano é o típico inadaptado. Passa pela vida sem projeto. Não é por acaso que vive tentando se matar.

Cox, no que pode ser contradição ou paradoxo, decide salvar o garoto e o acolhe em seu bar. Talvez espere que Dano seja seu seguidor e mantenha o negócio atuante. Ambos terminam por interagir e mudar a vida um do outro.

O bar tem regras - não acolhe mulheres. Mas entra na vida de Dano e na de Cox, aeromoça que tem medo de voar. Ela muda tudo na ligação de ambos. Começa com uma mudança simples, nas cores.

É um filme melancólico, e o público tende a fugir da definição ‘triste'. Principalmente em época destas do ano, em que há forte apelo sentimental. Mas o elenco vale. Um outro desfecho (qual?) talvez ajudasse mais.




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