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Klinger pode rever candidatura
Do Diário do Grande ABC
22/01/2002 | 01:34
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   Com a morte do prefeito Celso Daniel (PT), o secretário de Serviços Municipais, Klinger Luiz de Oliveira Sousa (PT), já admite rever sua decisão de não ser candidato a uma cadeira de deputado estadual e deixar a Secretaria nos próximos meses. Klinger havia anunciado sua intenção de se candidatar há um ano, mas em novembro foi obrigado por Celso Daniel a desistir.

Eleito coordenador do programa do PT à Presidência da República, Celso exigiu que o secretariado municipal fosse mantido para evitar problemas durante um ano em que teria de se afastar constantemente do Executivo. Com isso, Klinger foi obrigado a desistir de sua candidatura. Apesar de negar publicamente, Klinger aceitou a idéia extremamente contrariado e só o fez por ser uma determinação de Celso.

No entanto, a morte do prefeito altera todo o cenário político do município. E é exatamente com essa mudança que o secretário já admite que sua decisão poderá ser alterada. “Estou emocionado e preciso refletir melhor. Mas é óbvio que essa decisão estava em um contexto pessoal do Celso que não existe mais. Tudo isso precisa ser analisado”, afirmou Klinger logo após o término do velório.

Em virtude de todos esses acordos que eram costurados pessoalmente pelo prefeito é que sua morte abre uma lacuna entre os líderes do PT de Santo André. Celso era o principal negociador das crises internas do partido e tinha um respeito soberano entre os petistas do município. Com a sua ausência, fica a dúvida sobre quem assumirá seu lugar na liderança da legenda. A tendência natural é que, com o esfriamento do caso, voltem os atritos entre o deputado federal Luiz Carlos da Silva, o Professor Luizinho, e Klinger. Os dois eram cotados como os principais nomes para disputar a sucessão de Celso em 2004.

O primeiro racha dentro do PT, por conta dessa disputa, pôde ser sentido no ano passado durante as eleições para a formação do novo diretório municipal. A briga, na ocasião, era para saber quem teria o direito de indicar mais membros para a composição da chapa do campo majoritário do partido.

Somente após um longo período de negociações, que tiveram o prefeito Celso Daniel como principal pacificador, foi que conseguiu se chegar a um consenso. Mas o que pode acontecer a partir de agora é que esses conflitos internos do PT andreense se agravem com a disputa para a ocupação do lugar deixado por Celso. Mas os próprios petistas admitem que não haverá como substituir Celso nesse trabalho e, no máximo, haverá alguém que possa ter um domínio parcial dentro do partido.

Em relação a esse caso, Klinger prefere se esquivar das declarações. “Não houve conflito interno e sim uma disputa que o campo da articulação conseguiu chegar a um consenso. O Celso deixa uma lacuna e o PT fica carente. Não vai se colocar ninguém em seu lugar e um novo líder como ele terá de surgir naturalmente”, afirmou. O deputado Luizinho não falou ontem com a imprensa.

O presidente da Câmara, vereador Carlinhos Augusto, afirmou que não acredita que a morte de Celso possa reacender os conflitos internos do PT. Para ele, o partido precisa fazer uma reunião com a Executiva para rever os rumos da legenda no município. “A Executiva terá de se reunir, mas o partido continuará unido e não há como colocar alguém em seu lugar”, disse.

Quanto às negociações para o lançamento de candidaturas nas próximas eleições, Carlinhos afirmou que tudo terá de ser discutido. Essa é outra decisão de Celso que poderá ser alterada após sua morte. O prefeito já havia decidido, nos bastidores, quem seriam os candidatos do PT de Santo André. “O PT precisa parar e sentar, até porque não havia uma definição”, disse.




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