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Lições a tirar do Jardim Caçula

O Jardim Caçula, em Ribeirão Pires, resistiu à legislação ambiental...

Ademir Medici
22/07/2015 | 07:00
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O Jardim Caçula, em Ribeirão Pires, resistiu à legislação ambiental, à distância do Centro, à troca de acusações entre arquitetos, ambientalistas e políticos e se projetou como um dos bairros mais adensados do município. Sua referência: a Rodovia Índio Tibiriçá.

Quando o repórter-fotográfico Mauricio Pavan, do Diário, fez esta foto – em julho de 1985 – o Jardim Caçula se mostrava um loteamento irreversível, mesmo com muitas quadras à espera de construções.

Sua população chegava a 5.000 moradores. Não possuía redes de água e esgoto. As casas nas partes mais elevadas tinham poços de até 50 metros de profundidade que secavam constantemente.

E por que se permitiu a abertura de um loteamento a poucos metros da Represa Billings? Porque o projeto foi apresentado ao município antes da Lei de Proteção aos Mananciais e o povo precisava de um lugar para morar.

O projeto é do início dos anos 1950. A legislação ambiental passou a vigorar em 1976. Mesmo que a maioria dos lotes tivesse sido vendida depois, grande parte dos quais a trabalhadores da Volkswagen.

Jornalista Nilton Hernandes percorreu o Jardim Caçula à época. E não escondeu sua surpresa:

- É um bairro que impressiona quem o vê pela primeira vez.

- Cercado de matas e dentro da zona de proteção aos mananciais, é tão montanhoso que uma rua já desabou em cima de outra.

A matéria de Hernandes e Pavan foi publicada pelo semanário Domingo em Ribeirão Pires, do grupo Diário, edição de 21-7-1985. De um lado, o arquiteto Frederico Lohmann, do já inativo Conselho Municipal de Desenvolvimento, criticava o prefeito Valdírio Prisco:

- Logo que assumiu, o prefeito deveria ter desapropriado todo o Jardim Caçula, pois não havia tantos moradores como atualmente.

O prefeito se defendia. Ao assumir, encontrou 2.500 moradores, o que dificultava a desapropriação.

OUTROS CASOS

Em 1985, o Jardim Caçula não era o único caso de um loteamento aberto longe do centro urbano de Ribeirão Pires. Vila Rica, Jardim Pinheiro, Vila Nice, Jardim Santo Antônio, Vila Esperança e Estância das Rosas eram outros casos a mostrar o crescimento desordenado da cidade – de resto um problema que atinge ainda hoje, agora com maior intensidade, as demais cidades, do Grande ABC e das tantas regiões metropolitanas. Com ou sem as chamadas leis de proteção aos mananciais.

Para lembrar o Lixão

São dois álbuns: o de hoje, com imagens de 11 de julho na Estância Alto da Serra; e o de ontem, dos tempos do Ponto Chic. Imagens de são-bernardenses. Eles formavam a Turma do Lixão.

CADILLAC E CHEVROLET

E continua a render a foto aqui publicada no domingo, do carrão com Zeca Stangorlini e Nilsinho. Quem nos escreve é o engenheiro Valério Valente, filho do saudoso escritor Valentim Valente. Confirma o engenheiro que o veículo citado não é um Cadillac, mas sim um Chevrolet Bel Air, com as seguintes especificações:

- 2ª geração, ano 1956.

- Provavelmente duas portas, sem coluna (a foto não é nítida).

- Vinham para o Brasil com duas opções de motorização, o tradicional 6 cilindros Blue Flame 3,9 lts e o recém-lançado no ano anterior V8 com 4,3 lts, com opções de câmbio mecânico e automático.

Em 22 de julho de...

1915 – João Baptista de Oliveira exerce interinamente o cargo de escrivão da Coletoria Estadual de São Bernardo.

A guerra. Do noticiário do Estadão: ‘Avanço alemão na região de Riga, na Letônia’.

1975 – Mario Dimov Mastrotti cria o Cubinho. O personagem nasce em pleno regime militar e luta pela preservação da natureza, direitos humanos, justiça social, paz em todas as suas vertentes e o livre pensar.

Cubinho marcou época no Diário. E agora será mostrado em palestra no sábado, das 16h30 às 18h, na Ibérica Cultural e Idiomas: Rua Taipas, 645, bairro Barcelona, São Caetano. Entrada franca. Contato: 4227-6333 com Henrique.

Revista Raízes

- Fundação Pró-Memória de São Caetano lança hoje, às 19h, no Teatro Santos Dumont, o número 55 da revista Raízes, sempre com notícias, reportagens e fotos da História da cidade e região.

Endereço: Avenida Goiás, 1.111. Mais informações pelo telefone 4223-4780.

Diário há 30 anos

Domingo, 21 de julho de 1985 – ano 28, nº 5882

Especial – O Polo Industrial de Sertãozinho foi criado em 1975, mas crescia vagarosamente. Como cenário, matas, portos de areia, chácaras e uma favela. E apenas 35% do espaço ocupado por fábricas.

São 3.500 empregos, contra os 18 mil do Polo Capuava e 27 mil das 137 indústrias de Mauá.

Industriais que investiram no espaço apontavam a falta de obras de infraestrutura.

Santo André – Sociedade Amigos da Vila Valparaíso fabrica tijolos para a construção de sua sede, na Rua Piracicaba.

Polícia – Assassinos impunes. Falta ao Grande ABC uma delegacia de homicídios. Reportagem: Ivan Machado.

Barro Paulista

- Nossa Senhora da Conceição. Século 18. Barro cozido e policromado. Coleção Cúria Metropolitana de São Paulo.

Imagem faz parte da exposição Barro Paulista: a tradição bandeirante do imaginário em barro cozido. Em cartaz no Museu de Arte Sacra, Capital (Avenida Tiradentes, 676, bairro da Luz). Curador: Dalton Sala.

Santos do Dia

- Felipe Evans

- José da Palestina

- Maria Madalena

Hoje

Dia do Cantor Lírico 




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