O DEM selou ontem que vai caminhar com o pré-candidato a prefeito de São Bernardo do PPS, Alex Manente. O acordo passou pelas mãos de Alex, do vereador e presidente municipal do DEM, Mauro Miaguti, e do líder estadual dos democratas, o secretário de Habitação do Estado de São Paulo, Rodrigo Garcia. O anúncio será feito oficialmente na segunda-feira.

No mês passado, Miaguti havia anunciado ao Diário saída do bloco de apoio do prefeito Luiz Marinho (PT). Neste ano, o prefeito petista vai indicar o ex-secretário de Serviços Urbanos e Coordenação Governamental Tarcisio Secoli (PT) à sucessão. Desde então, o democrata era sondado por Alex e também pelo pré-prefeiturável do PSDB, deputado estadual Orlando Morando.

O Diário apurou que a escolha de Miaguti por Alex foi pela possibilidade direta de opinar no setor de desenvolvimento econômico do plano de governo do popular-socialista. Também houve tratativas sobre a vice, embora o apoio não esteja condicionado à indicação de um filiado do DEM. Antes do fim do prazo final de filiações, a direção democrata promoveu ingresso de empresários da cidade justamente para ter peso político na discussão da chapa majoritária.

Com o acordo, Alex atrai o quarto vereador governista a seu projeto eleitoral. Antes, João Batista (PRB), Rafael Demarchi (PRB) e Antônio Cabrera (PSB) haviam anunciado que não iriam apoiar a candidatura de Tarcisio Secoli. Rafael e Cabrera, inclusive, estão em lista de cotados para vice de Alex. Outros que brigam pelo posto são o ex-vereador Névio Carlone (PMN) e o presidente licenciado da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) local, Luís Ricardo Davanzo (PRB).

Miaguti não retornou aos contatos da equipe do Diário para comentar a decisão do DEM. Em junho, quando informou que não pediria votos para Tarcisio na eleição de outubro, o democrata alegou que a conjuntura nacional – em que o DEM é oposição ferrenha ao PT – não permitia a reedição da aliança. “Não tem como (apoiar), até pelo perfil que o DEM adotou em Brasília, de contestação ao PT.”

Em 2012, o DEM esteve na coalizão de Marinho. Miaguti foi eleito com 2.695 votos – em 2008, herdou cadeira de Ramon Ramos (PDT), cassado por porte ilegal de arma. O democrata é presidente do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) em São Bernardo e chegou a ser cotado para ser secretário de Desenvolvimento Econômico no segundo mandato de Marinho.

Coordenador da campanha de Tarcisio, o deputado estadual Luiz Fernando Teixeira (PT) já disse que as baixas de aliados ao PT não causam estranheza. “A eleição será guerra (política) e é preciso contar com quem pode. Saiu quem tinha de sair.”

Alex Manente não retornou aos telefonemas da equipe do Diário.

PSD cogita saída do arco de aliados de Luiz Marinho

Outra legenda que cogita não caminhar com o pré-candidato governista à Prefeitura de São Bernardo, Tarcisio Secoli (PT), é o PSD. Depois da reformulação partidária, a sigla foi para as mãos do ex-deputado Ramiro Meves, que discute com caciques do partido o rompimento político. Ontem, Ramiro foi oficialmente exonerado do cargo de subprefeito de Rudge Ramos, cargo que ocupou nos dois mandatos do prefeito Luiz Marinho (PT).

O Diário apurou que a atual direção é simpática à ideia de apoiar outro nome na eleição de outubro. Porém, Marinho tem compromisso com o líder nacional do PSD, o ministro Gilberto Kassab (Ciência, Tecnologia e Comunicação). O petista foi um dos que mais ajudaram Kassab, então no DEM, a construir o PSD e conseguir aval ao partido junto ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Interlocutores de Marinho acreditam que não haverá saída da base governista. Contam, inclusive, com Ramiro Meves candidato a vereador para engrossar a lista de postulantes à Câmara – o PSD conta com o vereador Reginaldo Burguês. A exoneração da subprefeitura do Rudge Ramos, segundo apoiadores do prefeito, foi mera formalidade jurídica para viabilizar a candidatura de Ramiro ao Legislativo.

Ramiro não retornou aos contatos da equipe do Diário para comentar o assunto. Ontem à tarde, foi para São Paulo definir o futuro do partido em reunião com dirigentes próximos de Kassab.

O ex-subprefeito de Rudge Ramos foi vereador por três mandatos em São Bernardo nas décadas de 1980 e 1990. Em 1998, se candidatou a deputado estadual e foi eleito com 27.806 votos pelo Prona. A última vez que esteve nas urnas foi em 2006, quando perdeu pleito para a Assembleia Legislativa.